O que não falta são fatos e responsabilidades para apurar, mas, pelo visto, não há qualquer intenção em investigar com seriedade a verdade. É o que se nota, até agora nas comissões parlamentares criadas para apurar os desvarios do 8 de janeiro e a pouca, quase nenhuma mesmo, transparência nos atos praticados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra pelo Brasil afora durante tantos anos. O que se vê até aqui é a preocupação dos membros indicados para as comissões em procurar “fazer fumaça”, apontando dedos para possíveis culpados, sem qualquer preocupação em investigar a realidade dos fatos. O que se busca é culpados políticos, não culpados por atos criminosos. Pelo andar dos trabalhos não é difícil prever que teremos nas duas comissões muita discussão política e nenhuma conclusão. Em casos assim, de radicalismo exacerbado, com radicais política e intelectualmente desprezado, o mais comum é que as comissões sejam esvaziadas e terminem sem qualquer conclusão, só com acusações. Mas mesmo, inúteis a priori, estas comissões tumultua o ambiente parlamentar e, não raramente, prejudicam o andamento de discussões sobre temas importantes para o país como as reformas econômica e da educação. O Brasil tem pressa. Temos muito a discutir, renovar, inovar. A velocidade do desenvolvimento tecnológico do mundo é espantosa e nós, a cada dia ficamos mais distantes dos países mais avançados, travados numa estéril discussão sobre sexo dos anjos. (foto/reprodução internet)