Dia 25 próximo, domingo, Jair Bolsonaro (foto/reprodução internet) espera um milhão de pessoas na avenida Paulista. Quer ver muita gente, no que espera ser o comício inicial do terceiro turno das eleições. Ele pode até conseguir juntar bastante gente, mas não creio que junte a quantidade com que sonha. Comandará o espetáculo, o pastor Silas Malafaia, que não tem apelo popular em São Paulo. Malafaia disse que contratará dois carros de som. É pouco para o que pretende. Bolsonaro passa a impressão de que quer se vitimizar e receber o aplauso das massas. O papel de vítima lhe convém em momento de tiroteio na imagem de Lula. Já o PT diz que ato de Bolsonaro em SP pode virar novo 8/1 e aciona Ministério Público.
Pisando em ovos
Jair Bolsonaro pode ser preso se fizer apologia ou incitação ao crime durante manifestação convocada por ele na avenida Paulista, segundo especialistas. Os profissionais, entretanto, divergem sobre se a mera convocação do ato já poderia ensejar uma prisão preventiva, uma vez que o ex-presidente é investigado por suposta participação em crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado democrático de Direito e poderia violar a paz pública durante o evento. Para Cláudio Langroiva, professor de processo penal da PUC-SP, Bolsonaro é consciente de que existe um risco de violação da paz pública ao convocar a manifestação. De acordo com Gustavo Sampaio, professor de direito constitucional da UFF (Universidade Federal Fluminense), a simples convocação do ato por Bolsonaro não pode ensejar a prisão preventiva, uma vez que o político tem direito à livre manifestação, mesmo sendo investigado em crimes de ataque à democracia.