O Brasil vive uma situação curiosa: apesar da queda significativa na taxa de desemprego, os gastos com seguro-desemprego aumentaram. Entre janeiro de 2022 e agosto de 2024, as despesas com o benefício subiram 21%, passando de R$ 37,4 bilhões para R$ 45,4 bilhões, corrigidos pelo IPCA. Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego caiu de 11,2% para 6,6%, o menor patamar da série histórica.
Esse aumento dos gastos, segundo o economista Bruno Imaizumi (foto/reprodução internet), da consultoria LCA, reflete o caráter pró-cíclico da política de seguro-desemprego no Brasil, diferente de países mais desenvolvidos. No Brasil, em momentos de crescimento econômico, os pedidos de seguro-desemprego aumentam, devido à alta rotatividade no mercado de trabalho, especialmente no setor informal. Muitos trabalhadores migram para ocupações informais, como motorista de aplicativo, acumulando renda com o seguro-desemprego.