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Resultados do 2T25 da Usiminas refletem desafios do excesso de importação de aço no Brasil

Paulo César de Oliveira
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A Usiminas divulgou os resultados do 2º trimestre de 2025, impactados pela crescente importação de aços, vindos principalmente de forma subsidiada da China. A empresa encerrou o período com lucro líquido de R$ 128 milhões, resultado que representa uma queda de 62% em relação ao primeiro trimestre (1T25), mas reverte o prejuízo de R$ 100 milhões registrado no mesmo período de 2024 (2T24). O Ebitda Ajustado Consolidado somou R$ 408 milhões, queda de 44% frente ao 1T25 e 65% superior ao 2T24. A Margem Ebitda Ajustada foi de 6,2%, ante 10,7% no trimestre anterior e 3,9% no mesmo período do ano passado. Já o volume de vendas de aço caiu 1%, com retração de 3% no mercado interno.
O presidente da Usiminas, Marcelo Chara (foto/reprodução internet), afirma que o resultado da companhia é reflexo das condições concorrenciais do mercado de aços planos no Brasil. “O segmento vem se deteriorando de forma acelerada no segundo trimestre de 2025. Para sua sustentabilidade, é imperativo que as investigações antidumping sobre produtos siderúrgicos, que já demonstraram a prática de dumping e o seu dano à indústria, sejam concluídas com celeridade e que medidas concretas sejam implementadas para sanar essa prática desleal e danosa à indústria e toda cadeia de valor”, afirmou.
De acordo com Instituto Aço Brasil, no segundo trimestre deste ano foi registrado um volume recorde de importação de aço, de 1,2 milhão de toneladas. Nos primeiros seis meses, as importações atingiram 2,3 milhões de toneladas, um aumento de 50% em relação ao mesmo período de 2024, e representaram 28% do consumo aparente de aço plano no Brasil. “Todo esse contexto demonstra que o sistema de cotas-tarifa não alcançou o resultado esperado, mesmo com os ajustes implantados em junho”, reforçou Chara.
Saúde financeira
Ainda assim, no segundo trimestre de 2025, a Usiminas apresentou uma melhora em sua estrutura de capital, com a alavancagem financeira recuando de 0,71x para 0,50x, refletindo uma gestão mais eficiente da dívida em relação à geração de caixa operacional.
Essa redução foi impulsionada pela queda de 24% na dívida líquida, que passou de R$ 1,37 bilhão para R$ 1,05 bilhão no período. Além disso, o fluxo de caixa livre atingiu R$ 281 milhões, revertendo o cenário do trimestre anterior, quando havia sido registrado saída de caixa.
“Apesar de um contexto extremamente desafiador, a Usiminas é uma empresa com capacidade técnica e referência em qualidade, com uma saúde financeira sólida”, ressaltou Chara.

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