Justiça, vingança e vaidade

A prisão de Carla Zambelli (foto/reprodução internet) em Roma virou pretexto para o acerto de contas entre ex-companheiras de bolsonarismo. Nesse caso, o que se desenha não é uma celebração da Justiça, mas uma briga de egos travestida de moralismo. Joice Hasselmann, agora convertida em algoz, dispara impropérios contra a colega que um dia apoiou. De criminosa perigosa a psicopata sem remorso, Zambelli é pintada como vilã absoluta. Mas a indignação tardia de Joice não lava sua biografia: fez campanha para Jair Bolsonaro, liderou governo no Congresso e compartilhou trincheiras com quem agora denuncia. No fundo, trata-se menos de legalidade e mais de vaidade ferida. A Justiça, se de fato vier, será mérito das instituições. Não do grito de ressentidos.