Esse não tem sido um ano bom para o comércio. O consumidor está mais conservador e evita fazer dívidas. Um comportamento que acompanha o cenário econômico incerto e com juros nas alturas. Para o presidente do Sindilojas, Salvador Ohana (foto/reprodução internet), da Klus, até o momento, o setor está na expectativa de conseguir reverter a situação com as compras na Black Friday e no Natal. Se isso acontecer, será possível fechar no mesmo patamar de 2024, sem ganhos, mas sem perdas.
Pesquisas indicam recuo nas vendas, com um comportamento mais conservador do consumidor. Essa é uma preocupação?
Isso está no Brasil todo, não só em Belo Horizonte. Houve recuo do consumo, sim. O consumidor está acanhado. Mas em algumas regiões está aumentando como em Brasília, onde o consumo, inclusive no comércio, está bom. O comércio em Brasília está bom. Mas em outras cidades, como em Salvador, está ruim também. Em Brasília está bem é porque é onde está o dinheiro, por isso o comércio está bom.
Qual a expectativa para o Natal? As expectativas são boas?
A expectativa para o Natal é que melhor, torcemos para que isso aconteça, porque se não melhorar, como é que o comércio vai fechar o ano? 2025 foi um ano difícil. Se fecharmos igual ao ano passado e eu acho que vai fechar meio empatado, já será um grande negócio. O comércio não sairá perdendo. As compras online estão tirando um pouco do comércio tradicional. Tem a black Friday também. Vamos ver como vão ser as vendas para ver se haverá melhora. A expectativa é a de que sim, o consumidor volte às compras.
Qual o motivo desse comportamento do consumidor?
É insegurança. Não se sabe o que que vai ser no ano que vem. O que vai ser a eleição, das coisas que as pessoas esperam.
A violência também está tirando as pessoas das ruas e consequentemente das lojas, por isso essa opção pelas compras pela internet?
A violência está aumentando, mas os shoppings são bem seguros. Na realidade, o que está acontecendo é um congelamento, um pouco de freio no consumo, mas a expectativa é a de que a situação melhore até dezembro com o Natal e antes, tem a Black Friday e é onde nós esperamos que melhore. É uma expectativa, mas o cenário econômico não está satisfatório. Os juros estão muito altos. A taxa de juros a 15% é muita coisa, prejudica as empresas, não dá para financiar as compras, não dá para fazer um planejamento futuro. Esse é um fator que prejudica muito. Mas acredito que mesmo com esse desaquecimento, o comércio vai empatar com o ano de 2024.
Como 2026 e ano eleitoral, a tendência é o consumidor permanecer mais conservador?
Em ano eleitoral, não sei o que pode acontecer e isso prejudica o comércio e as pessoas ficam mais conservadoras e tende a ser um ano complicado. Os economistas falam que se mudar para um governo com uma linha mais centro, pode ter uma melhora na economia. Se continuar igual, o consumidor pode ficar com medo de gastar, de se endividar.
O aconteceu no Rio de Janeiro, com o crime organizado tomando conta da cidade? Há um temor de que essa violência avance por outras regiões do país?
Já avançou no país. A violência está em todo lugar. Esse problema aflorou no Rio, mas em todo lugar está igual. Ninguém tem segurança, como nós não temos em Belo Horizonte. O crime organizado está com muita força, e está em tudo quanto é lugar no Judiciário, no comércio, na política, em tudo.
O crime tem tentáculos em todos os lugares e isso realmente prejudica. As pessoas não têm mais segurança para nada.












