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JOGO ABERTO

Paulo César de Oliveira
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Márcio Pochmann

*No trimestre encerrado em novembro, o IBGE mostrou um retrato que caberia em vitrine: a taxa de desemprego caiu para 5,2%, o menor nível desde o início da série, em 2012. São 5,6 milhões de brasileiros à procura de trabalho, o contingente mais baixo já medido pela pesquisa. O contraste com o passado recente é brutal: em março de 2021, no auge da pandemia, 14,9 milhões estavam sem ocupação. O país colhe um alívio estatístico importante — e justo —, mas os números também contam o que escolhem mostrar. Programas de transferência de renda podem reduzir a pressão por busca imediata de emprego, tirando gente da estatística “ativa”. O efeito? Um desemprego que parece menor do que a realidade do mercado de trabalho sugere. É a mágica operada pelo IBGE de Márcio Pochmann (foto: Pedro França/Agência Senado) para quem, estatística é a arte de maquiar com números.

*Quando tanta gente graúda da República tenta suavizar o caso Vorcaro, o cheiro não é de perfume institucional. A prioridade da defesa do dono do Banco Master parece menos salvar a instituição e mais evitar cadeia — e, por tabela, impedir uma delação explosiva que respingue em Brasília. O Banco Central afirma ter identificado fraude, não simples imprudência: R$ 12,2 bilhões em crédito consignado adulterado, base da decisão que levou à prisão. A estratégia agora é atacar o diagnóstico técnico do BC, esperando que a dúvida dissolva as algemas. Mas quem conhece supervisão bancária acha improvável que o corretíssimo BC tenha errado, embora seu papel de guardião do sistema financeiro já tenha sido colocado em xeque nesse episódio. Se a prisão cai, cai junto o risco de o banqueiro abrir a boca. E isso, convenhamos, agrada a muita gente que prefere a verdade em silêncio. É o velho Brasil que ressuscita governo após governo. Para uns, o rigor da lei. Para outros, o jeitinho brasileiro. É isso que transforma o Brasil na República das Bananas.

*Em 2025, o Supremo, aquele mesmo que quase destruiu Sérgio Moro, que enchia de esperança o povo brasileiro, saiu do Olimpo institucional — após condenar um ex-presidente e generais pela tentativa de golpe — para mergulhar em uma tempestade ética ligada ao Banco Master. O impacto atinge o ministro Alexandre de Moraes, associado a encontros na casa de Daniel Vorcaro e a gestões pouco claras junto ao Banco Central, enquanto o escritório de sua mulher mantinha contrato milionário com o Master. Dias Toffoli também entra no turbilhão ao determinar acareação entre representantes do banco, do BRB e do BC, que teme cair na estratégia central da defesa de Vorcaro.

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