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O respeito à criança em espaços educacionais

Paulo César de Oliveira
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*Alessandra Gideoni

 

Atualmente, muito se fala no respeito que devemos ter com a criança. Muitas políticas públicas em âmbitos educacionais, sociais e políticos são criadas para que seus direitos básicos, como o direito à vida, educação, saúde, e cultura, sejam reconhecidos e respeitados, principalmente por nós adultos, sem falar nos inúmeros estudos desenvolvidos na esfera educacional com objetivos de compreender seu desenvolvimento e características de seu modo de pensar e agir no mundo.

Moro em um bairro tradicional de Belo Horizonte e divido um dos muros do meu prédio com o de uma escola, considerada a melhor do bairro. Esta escola recebe crianças de 2 a 10 anos. Chamou-me a atenção o tipo de música colocada para as crianças no pátio: o sertanejo universitário. Nada contra o estilo musical, mas será que está adequado para crianças de 2, 3, 8 ou 10 anos? Essa escola teria alguma proposta pedagógica ao colocar seus alunos em contato com essas letras que nada dizem do universo infantil?

Se desde tão pequenas as crianças são imersas em ambientes, principalmente os educacionais, com os estímulos artificiais do mundo adulto, e não os naturais da infância, essa fase tão curta e tão sublime da vida humana irá cada vez mais ter um significado limitado em sua formação.

Encaro a mente infantil como sendo uma terra virgem e fértil, ou seja, tudo o que se planta germina e dá frutos. Portanto, temos que nos perguntar que sementes temos escolhido para cultivar nessas mentes? Que pessoas queremos formar para o futuro?

A escola deve ser um lugar de produção e de transmissão de cultura e nós, educadores, temos o dever moral de propiciar às nossas crianças e adolescentes um conhecimento que liberte sua mente, para capacidade de pensar. Pensar que é também observar e refletir a respeito daquilo que se aprende.

Portanto, quero deixar aqui um convite para que educadores, pais e sociedade pensem na formação moral da criança e escolhamos as melhores formas de se transmitir uma prática social, quer seja uma música, dança, gestos, linguagem, para que nenhuma delas comprometa o desenvolvimento da criança em sua trajetória infantil. Para que ela seja hoje e no futuro um ser capaz de definir com consciência seus próprios gostos e afinidades.

 

*Alessandra é educadora e docente da Fundação Logosófica de Belo Horizonte

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