Ficou sim uma sensação estranha. Afinal, depois de muito barulho, a montanha pariu um rato. É, é isto a lista do procurador. Um rato diante da expectativa que se tinha. Pensávamos que fossem aparecer personagens mais reais do que as apresentadas. Nem mesmo os de maior fama política dão credibilidade à lista. São apenas mais do mesmo, “figurinhas carimbadas” de outros escândalos ou mau arranjo político. Mas é preciso “ser a “Alice do País das Maravilhas”, ou “ Eremildo, o Idiota”, personagem de Elio Gaspari, para acreditar que apenas os apontados na lista são responsáveis ou beneficiários de um esquema de desvio- ou seria melhor chamar de roubo?- de bilhões de reais da Petrobras. Nem Alice, nem Eremildo, acreditam nisto até porque as contas não fecham. Cada um dos que estão na lista, receberam, em média, menos de um milhão do esquema. Ótimo, e para onde foram mandados os bilhões desviados? Caíram no ralo e simplesmente desapareceram? Não se pode acreditar que o PP tenha mais envolvidos do que o PT ou o PMDB que são as legendas que comandam o país. Em algum momento deu um apagão nesta história. Há algo escondido. Quem sabe, pensando com a cabeça de Alice e Eremildo, até seja uma estratégia para despistar e fazer com que os verdadeiros culpados baixem a guarda e, aí sim, sejam pegos com a mão no cofre? É, pode ser. Pior se não for, pois a lista deu desânimo. Deu a sensação de que a coisa desandou e que vai ficar como sempre esteve. Vão empurrar toda a culpa aos gordos senhores de charuto na boca- não é assim que os festivos apresentam, em desenho os donos do capital?- e alguns até peguem algum tempo de cadeia, como os empresários envolvidos no mensalão, que permanecem presos enquanto os políticos estão em casa, livres, leves e soltos. Este é o risco e é o que parece que irá acontecer. Afinal, fora os empresários, ninguém roubou. Apenas expropriou em nome da causa. No meio de tudo isto uma sacanagem esta feita com senador Antônio Augusto Anastasia de ter recebido dinheiro de um policial, uma história muito mal contada. Será que o procurador Janot aprofundou-se nesta questão? O presidente da Camara Federal, Eduardo Cunha, pode ter razão.