O economista e filósofo Eduardo Giannetti (foto/reprodução internet) considera que o mercado financeiro tem reagido de forma desproporcional aos números recentes da economia brasileira. Apesar das incertezas sobre as contas públicas, que impulsionaram o dólar para R$ 6,30 e elevaram os juros futuros, ele argumenta que os indicadores fiscais, embora preocupantes, não configuram uma crise iminente. “Não estamos à beira de um colapso fiscal”, afirma. Giannetti também critica o recente aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, decidido pelo Comitê de Política Monetária (Copom), e destaca o papel excessivo do mercado financeiro na moldagem das expectativas econômicas e do debate público no Brasil. Segundo ele, há uma cobrança rígida por cortes de gastos públicos, mas falta uma análise equivalente sobre os custos fiscais de elevações acentuadas nos juros. Essa dinâmica, segundo o economista, distorce a avaliação das políticas econômicas em um cenário já sensível.