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Dependendo da comparação, o quadro melhora ou piora

A produção industrial brasileira continua em queda. O indicador que mede a evolução da produção ficou em 48,2 pontos em março deste ano, de acordo com a Sondagem Industrial, pesquisa divulgada mensalmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), comandada por Robson Andrade (foto). Pela metodologia do estudo, a pontuação abaixo de 50 indica recuo. Mesmo em declínio, o ritmo da produção melhorou em relação a fevereiro, quando o índice estava em 40,1 pontos. No entanto, houve queda em relação a março de 2014, quando o indicador estava em 48,8 pontos. O emprego na indústria também permanece em queda. Em março, o indicador que mede a evolução do número de empregados ficou em 43,6 pontos. Em fevereiro deste ano, estava em 44,7 pontos e, em março do ano passado, em 48,6 pontos. A utilização da capacidade instalada atingiu 67% no mês passado. O indicador teve melhora em relação aos 66% de fevereiro, mas piorou em comparação ao nível de 71% de março do ano passado. Segundo a CNI, a utilização foi a pior para março desde o início da série histórica, em 2011. Houve ainda aumento dos estoques indesejados. O índice que mostra a evolução do estoque efetivo em relação ao planejado pelos empresários registrou 52,1 pontos, crescendo em relação aos 51,8 pontos de fevereiro deste ano e aos 49,9 pontos de março do ano passado. Com relação ao indicador que mostra a situação financeira do setor, o resultado de 40,5 pontos para o primeiro trimestre de 2015 mostra deterioração em comparação aos 46 pontos do quarto trimestre do ano passado. Na comparação com o primeiro trimestre de 2014, que registrou 47,2 pontos, também houve piora. De acordo com a CNI, o indicador de situação financeira é o pior desde o início da série, em 2007.

 

A falta de demanda é que derruba a produção

A demanda interna insuficiente foi apontada pelos empresários como o principal problema da indústria no primeiro trimestre de 2015. De acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a questão teve 39,1% de menções dos industriais questionados, liderando o ranking de itens problemáticos. Em segundo lugar ficou a alta carga tributária, com 35,8% de menções, seguida pela taxa de câmbio, mencionada com frequência de 28,7%. A falta ou o custo da energia e das matérias-primas e os juros elevados também apareceram como preocupações relevantes para os empresários, alcançando, respectivamente, 27,4%, 24,5% e 20,9% das menções. De acordo com Marcelo Azevedo, economista da CNI, a avaliação da entidade é que a indústria sente os efeitos de custos altos e demanda enfraquecida, essa última afetada pela queda no consumo das famílias. Por isso, a produção e o emprego industriais seguem em trajetória de queda. “A gente sempre percebia um aumento da produção em março. Costuma ser um mês mais forte na comparação com os mais fracos de janeiro e fevereiro. Mas, apesar da sazonalidade favorável, a produção no mês em 2015 mostrou queda”, destacou Azevedo. Ele ressaltou que, de 2010 a 2013, foi registrada elevação da produção em março. Em 2014, como neste ano, houve recuo.

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