O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade (foto), defendeu nessa sexta-feira que o Brasil deve “estar aberto a mudanças” na legislação trabalhista para enfrentar a crise econômica. Ele citou o exemplo da França, onde o governo adotou uma reforma trabalhista que permite, entre outras medidas, que empresas negociem com empregados o aumento da jornada para até 60 horas semanais, em casos excepcionais. A reforma, que foi determinada pelo governo sem consulta ao Parlamento francês, vem provocando protestos no país. “Sobre as questões trabalhistas, nós vimos agora a França promovendo[uma reforma sem enviar para o Congresso Nacional. O governo tomou a decisão. Nós, aqui no Brasil, temos [jornada de] 44 horas de trabalho semanal. As centrais sindicais tentam passar para 40. E a França, que tem 36 [horas semanais], passou para a possibilidade de até 80 horas [semanais] e até 12 horas diária”, disse Andrade, que se equivocou ao falar em até 80 horas semanais – são 60 horas. “A razão disso é muito simples: a França perdeu competitividade na indústria e a França está revendo[a legislação trabalhista. E nós temos de estar abertos a mudanças”, completou ele. Andrade fez as declarações após se reunir, na sede da CNI, em Brasília, com o presidente em exercício, Michel Temer.Mais tarde, a CNI divulgou nota em que nega que Andrade tenha defendido aumento da jornada de trabalho no Brasil. Com o G!.