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Energia cara e a recessão nos livram do apagão

Paulo César de Oliveira
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Os valores de carga de energia gerada no país, no total de 61.041 megawatts (MW) médios, no mês de agosto de 2015, apresentam queda de 3,4% em relação aos valores verificados no mesmo mês do ano anterior. De acordo com o Boletim de Carga Mensal do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) houve um aumento de energia em agosto de 1,6% em relação ao mês anterior. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o Sistema Interligado Nacional (SIN) apresentou uma variação negativa de 0,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o nível de utilização da capacidade instalada recuou 0,5 ponto percentual entre julho e agosto, ao passar de 78,2% para 77,7%, o nível mais baixo desde outubro de 1993, quando registrou 77,1%. Segundo o ONS, apesar de agosto ter registrado temperaturas mais elevadas em relação ao ano anterior, nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, fatores desfavoráveis, como o baixo desempenho da indústria, diante dos estoques excessivos e da demanda interna fraca, contribuíram amplamente para o comportamento da carga. Além disso, contribuiu também para esse resultado a redução no nível do setor de comércio e serviços.

 

Queda na carga de praticamente todas as regiões

O boletim do ONS destaca ainda que a elevação das tarifas de energia elétrica decorrente das bandeiras tarifárias, da revisão tarifária extraordinária e do reajuste anual das tarifas, vem se refletindo nos padrões do consumo de energia, contribuindo para a redução da carga, principalmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, onde o peso dos reajustes tarifários tem sido maior. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a queda na carga de energia gerada em agosto chegou a 4,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior, apesar de uma variação positiva em relação a julho passado. O Operador Nacional do Sistema Elétrico explica que a variação negativa neste subsistema deve-se, principalmente, ao modesto desempenho da indústria, cuja participação na carga do Sistema Interligado Nacional é de cerca de 60%. Na região Sul, a queda no consumo total de energia em agosto foi de 5,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior, com queda de 1,4% em relação a julho último. A taxa de crescimento negativa, se deve, segundo o ONS, ao cenário econômico atual e à redução do consumo de energia decorrente do aumento das tarifas de energia elétrica. No Nordeste, houve crescimento de 1% no consumo de energia em relação ao mesmo mês do ano passado e de 1,5% em relação a julho último. De acordo com o ONS, a região vem sofrendo menor impacto da conjuntura econômica e da elevação das tarifas de energia do que nas outras regiões do país. No Norte, o crescimento do consumo de energia em agosto foi ainda maior, com 2,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior e uma variação positiva de 4,1% em relação a julho. No acumulado dos últimos 12 meses, o Norte apresentou uma variação negativa de 1,0% em relação ao mesmo período anterior.

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