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Entidades buscam soluções para os efeitos da pandemia

O presidente da Associação Comercial de Minas Gerais, a ACMinas, José Anchieta da Silva, acredita que erramos todos, só não errou a ciência. O perigo responde pelo nome de pandemia, segundo ele, e é aquilo para qual não há remédio, só a vacina. Ele entende que “erraram as autoridades, errou estupidamente a autoridade com o fechamento considerado por ele estúpido, que não ouviu o setor empresarial e a sociedade”. Ele disse que quando assumiu, em 6 e 7 de janeiro, o prefeito de Belo Horizonte fechou a cidade. Mas ele entende que apesar da boa vontade, estavam todos mal preparados para enfrentar a pandemia. José Anchieta disse que o aprendizado que fica é o de que precisamos ser mais humildes. As instituições precisam abandonar as vaidades para construir um projeto para o bem de todos. Ele disse que houve o apoio a todas as medidas, a ACMinas preferiu trabalhar a longo prazo, e para isso, criou 10 grupos de trabalho no projeto ”Belo Horizonte sempre viva, cidade metropolitana e humanizada”, com o objetivo de organizar e mostrar o que é uma região metropolitana, saber o que temos e o que funciona e o que não temos e precisamos. Ele disse que há um entendimento de que é possível funcionar 24h e o custo de segurança é zero. Mas reclama da CLT, para aumentar a empregabilidade. Ele entende que é preciso uma mudança de comportamento da sociedade, enquanto instituições civis. Quem representa o povo, segundo ele, são as instituições e há tarefas e compromisso para todos. Ele defende uma mudança no Estado brasileiro, com alterações no sistema político eleitoral, acabando com os privilégios, além das reformas administrativa e tributária. Repetir os mineiros de 1943 e celebrar um pacto nacional, um novo manifesto mineiro dirigido ao brasileiro.

Planejamento e diálogo

O presidente da CDL-BH, Marcelo Souza e Silva (foto), disse que o comércio em Minas Gerais é responsável por 55% da arrecadação do estado e em Belo Horizonte por 72% do PIB. Ele considera que precisamos ter planejamento, mas reclama que desde o início da pandemia, as entidades empresariais têm buscado as soluções, mas esbarram com a falta de diálogo da prefeitura de Belo Horizonte, que também não abre o diálogo com os outros níveis de governo. Para ele, a cidade ficou fechada por muito tempo e alguns setores ainda estão fechados, como o de eventos. Marcelo Souza e Silva disse que os dados são dramáticos. De oito a 10 mil empresas fecharam as portas durante a pandemia, e mais de 100 mil postos de trabalho foram extintos. Ele ressalta que temos um comércio de rua muito grande e o fechamento trouxe uma queda muito grande no movimento, com consequências desastrosas, pois a maioria desse, segmento é formada por micro e pequenas empresas, que tem dificuldade em transformar suas atividades em um comércio online. Durante a pandemia, as entidades ligadas ao setor buscaram se unir e solicitaram mudanças na legislação trabalhista, pediram aos três níveis de governo para abrir mão de alguns impostos. Ainda assim muitos não conseguiram sobreviver. Marcelo Souza e Silva entende que o comércio cumpre todos os protocolos sanitários, não por isso não e culpa dos lojistas a transmissão da doença. No seu entendimento, falta uma conscientização de parte da população e ele pondera que o poder público tem que ser o protagonista para a retomada econômica, com responsabilidade. Ele disse que a CDL tem tomado algumas medidas para essa retomada e vai assinar com a Agência Metropolitana de Desenvolvimento alguns protocolos para esse retorno na Região. As entidades ligadas ao comércio também estão fazendo um movimento forte pelas reformas tributária e administrativa, que tramitam no Congresso Nacional. Ele lamenta que, devido a falta de diálogo da prefeitura de Belo Horizonte com as entidades e os outros níveis de governo, a cidade acabou sendo prejudicada em relação aos investimentos que vieram para o estado durante a pandemia.

A dimensão da crise

Glenn Andrade, vice-presidente da Federação do Comércio de Minas Gerais, foi surpreendido pela pandemia, como todos no estado. Ele disse que ninguém tinha conhecimento da dimensão do que a pandemia poderia causar ao setor comercial. As entidades de classe tiveram que se mobilizar em curto espaço de tempo para se organizar e buscar soluções para esses problemas. Glenn Andrade percebeu que a maioria das pessoas não imaginava que chegaríamos a uma situação tão crítica. Ele disse que buscou alternativas para garantir segurança jurídica para os empresários do setor e promoveu um diálogo com os Sindicatos do Comércio. No interior ele relata que os comerciantes estavam atônitos, sem um direcionamento, um porto seguro, um caminho a ser adotado. Um dos maiores entraves enfrentados por eles foi a dificuldade de diálogo com o prefeito da capital. A entidade era cobrada por ações e não havia uma abertura de espaço para dialogar com a prefeitura de Belo Horizonte. A situação ficou caótica, porque os empresários tinham salários para pagar e outros compromissos. Muitos consideraram impraticável manter suas empresas. A Fecomercio, segundo ele, buscou o diálogo com o governo do Estado e com prefeitos no interior para encontrar alternativas. O comércio, atuando de forma consciente, poderia passar pela situação pandêmica. “Foi buscada a flexibilização do comércio e estamos sofrendo os efeitos desse fechamento’. O setor reagiu em meados de 2020, com algumas medidas tomadas pelo governo federal, mas em janeiro desse ano, o comércio voltou a sentir os efeitos do aumento da contaminação. A expectativa é a de que o país está pronto para deslanchar, mas é preciso que o poder público dialogue com o setor produtivo. Ele reclama que se fala de uma reforma tributária, com benefícios para as grandes empresas e é necessário que se dê uma atenção às pequenas e micro empresas, e até agora não há nenhuma proposta de incentivo para essas empresas, que são responsáveis pela maioria dos empregos no país.

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