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Incertezas políticas geram incertezas econômicas

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reafirmou nesta segunda-feira que o recente aumento da incerteza quanto ao andamento das reformas e dos ajustes necessários na economia “dificulta a queda mais célere das estimativas da taxa de juros estrutural e as torna mais incertas”. Ele ponderou que consequências desse cenário para o avanço de preços na economia podem se anular. Durante evento em São Paulo, publicado no site do BC, Ilan (foto) disse ainda que a incerteza se mantendo por “tempo prolongado” pode ter impacto negativo sobre a atividade econômica e que “de forma geral, as projeções condicionais do Copom hoje envolvem maior grau de incerteza”. “O cenário básico prescreve a continuidade do ciclo de distensão da política monetária, já considerando os atuais riscos em torno do cenário e as estimativas de extensão do ciclo”, reafirmou ele. O BC reduziu no final do mês passado a Selic em 1 ponto percentual, a 10,25 por cento ao ano, mas deixou claro que vai desacelerar o passo em meio à intensa crise política que envolve o governo do presidente Michel Temer.

 

Efeitos que se anulam

Ilan reafirmou que, de um lado, a manutenção por tempo prolongado de níveis de incerteza elevados sobre a evolução do processo de reformas e ajustes na economia pode ter impacto negativo sobre a atividade econômica e, portanto, desinflacionário. De outro, ressaltou que o impacto da incerteza sobre a formação de preços e sobre as estimativas da taxa de juros estrutural pode ter impacto oposto. E adicionou mensagem nova sobre a manutenção de um panorama equivalente ao que vigorava antes da crise política. “Existe também a possibilidade de que os efeitos acima se anulem e a trajetória prospectiva seja equivalente a trajetória vigente anteriormente”, disse. De acordo com o presidente do BC, o cenário prescreve a continuidade do ciclo de afrouxamento da Selic e repetiu que redução moderada do ritmo de flexibilização deve se mostrar adequado em sua próxima reunião, em julho. “Naturalmente, o ritmo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”, afirmou.

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