Um acordo comercial que a China estaria pressionando para fechar com o Brasil pode impactar fortemente a indústria brasileira. O alerta é da ex-senadora Ana Amélia (PSD-RS), que teme que a China despeje uma série de produtos a preços de “banana”, para desafogar a indústria chinesa, afetando fortemente a produção no país, podendo levar inclusive, à desindustrialização.
Ana Amélia (foto/reprodução internet) avisa que fontes extraoficiais indicam que o presidente da China, Xi Jinping, deve vir ao Brasil ainda neste ano para formalizar esse acordo. Minas Gerais, segundo ela, será fortemente afetada se esse acordo se viabilizar, devido a indústria têxtil, a mineração e outros setores. Como a China compra muitos produtos, principalmente carnes, do Brasil, o temor é de que o chinês condicione a compra desses produtos ao aumento da exportação dos produtos chineses, inclusive as bugigangas e blusinhas citados pelo presidente Lula, entre os itens que os brasileiros consomem da China.
Atenta a essa discussão, Ana Amélia lembra que a China passa por uma forte retração econômica e “ela está desovando os estoques que tem da área de bens de consumo e bens da indústria de transformação a preço de banana. Jogam uma carga enorme de produtos como calçados, confecções ou mesmo cimento. Eles também estão exportando para áreas da construção civil a preços aviltados. Então a indústria nacional que produz esses bens já está sofrendo as consequências. Só no setor de calçados, para se ter uma ideia, especialmente calçado esportivo, o Brasil teve uma queda de 30% no período atual, comparado com o período do ano passado, porque a concorrência do produto asiático, especialmente chinês, é tão grande que está criando problemas graves no nível da produção e também no nível é industrial e da concorrência.”
Ana Amélia lembra que o agronegócio também foi fortemente afetado devido as queimadas e as fortes chuvas no Sul do país, com prejuízos superiores a R$ 14 bilhões, pelos cálculos da Confederação Nacional da Agricultura. O país passa, segundo ela, por um cenário preocupante. Mesmo com toda essa situação da economia interna, a proximidade do presidente Lula com a China e a Rússia, e com as posições que o petista tem em relação as guerras entre Rússia e Ucrânia e Israel o Hamas, há um temor de que a indústria nacional leve a pior nessa negociação comercial entre “amigos”.
Comentários
Artur
27 de setembro de 2024
Paulo Vicente Bender
27 de setembro de 2024