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Inflação apenas desacelera

A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou variação de 0,71%, registrando desaceleração de 0,61 ponto percentual abaixo da taxa de março (1,32%), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA, que serve de referência para verificar se a meta estabelecida para a inflação está sendo cumprida, registrou em abril o menor índice mensal deste ano. De janeiro a abril, a taxa acumulada pelo IPCA é 4,56%, a maior taxa para o primeiro quadrimestre desde 2003, quando registrou 6,15%. Em igual período do ano anterior, a taxa era 2,86%. O índice acumulado nos últimos doze meses (8,17%) foi um pouco maior do que nos 12 meses imediatamente anteriores (8,13%). Em abril de 2014, a taxa ficou em 0,67%. Na avaliação do IBGE, o IPCA mostrou que os preços subiram, em média, menos do que em março, levando-se em conta, principalmente, a energia elétrica. “Esse item, de grande importância no orçamento das famílias, teve variação de 1,31% em abril, mais moderada em comparação ao expressivo aumento de 22,08% apropriado no mês anterior”, informou a instituição.

 

Aquela conta que anunciaram que diminuiria, elevou a inflação

Em março, o aumento de energia elétrica refletiu a revisão das tarifas em todas as regiões pesquisadas, ocorrendo aumentos extras a partir do dia 2, fora do reajuste anual. Houve também, de acordo com o IBGE, no terceiro mês de 2015, alta de 83,33% sobre o valor da bandeira tarifária vigente. O IPCA, calculado pelo IBGE desde 1980, refere-se às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília. Para o cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 28 de março a 29 de abril de 2015, com os preços vigentes no período de 28 de fevereiro a 27 de março de 2015.

 

Em maio a pressão dos preços volta

A menor pressão dos preços administrados sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou abril em 0,71% – resultado 0,61 ponto percentual inferior aos 1,32% de março –, não deverá se repetir na taxa de maio. A avaliação é da coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, que comentou ontem (9) o comportamento dos preços que compõem o indicador. Segundo ela, embora tenha subido em abril, a inflação medida pelo IPCA, se comparada aos três primeiros meses do ano, apresentou redução de preços, principalmente por causa da menor pressão dos preços controlados, sobretudo da energia elétrica, que, após fechar março com variação de 22,08%, despencou para apenas 1,31% em abril. Ainda assim, os preços da tarifa de energia elétrica já acumulam alta de 38,12% nos primeiros quatro meses do ano e de 59,93% no acumulado dos últimos 12 meses. “A história dos índices mostra que os preços administrados tiveram elevação forte nos três primeiros meses do ano, consumindo parcela significativa do orçamento das famílias. Entretanto, em abril a pressão não foi tão forte. Isso não deve ocorrer em maio, quando estão previstos novos aumentos dos preços administrados, como água, esgoto e novamente energia. Os pedidos extraordinários foram realizados, embora em menor escala”, disse Eulina.

 

Preços de serviços caem e ninguém consegue baixar

Para a coordenadora do IBGE, haverá também a pressão dos preços dos serviços, “que teimam em se manter em patamar elevado, e dos alimentos, principalmente o tomate, que voltou a pressionar a inflação”. De acordo com Eulina Nunes, apesar da queda, 0,71% ainda é um patamar elevado, com vários itens que compõem o consumo das famílias apresentando resultados significativos e contaminados pela alta dos preços controlados, como é o caso da energia elétrica que influencia toda a cadeia de produtos.”O reajuste dos administrados, inclusive e especialmente energia, combustível e taxa de água de esgoto, está presente em diversos outros itens da economia, penalizando o bolso do consumidor.” A coordenadora do IBGE lembrou que a variação de preços dos produtos monitorados acumula inflação de 9,31% nos quatro primeiros meses do ano, enquanto o IPCA acumula alta de 4,56%. Nos últimos 12 meses, a alta acumulada de preços administrados alcança 13,39%, enquanto a inflação do período é 8,17%.

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