O ministro da Fazenda, Joaquim Levy (foto), afirmou ontem pela manhã, em Santa Catarina, que há mudanças na economia em nível global, que incluem a queda do preço das commodities, cenário acompanhado de perto pelo Brasil. “Estamos passando por momento de ajuste e de transformação”, afirmou o ministro em entrevista coletiva, em Florianópolis (SC). Segundo ele, mundo todo está mudando e o Brasil tem de mudar, realizando o ajuste fiscal, porque “é importante ter as contas em dia”. Levy acrescentou que o país também vai mudar pela força da economia. “O Brasil está aumentando as exportações, quer ser mais competitivo”, disse. O ministro disse ainda que o governo deve reduzir suas despesas ao nível de 2013. “O ano de 2014 foi além do que a gente pode suportar. 2013 foi um ano bom, uma boa linha de referência”, sem detalhar o volume da redução dos gastos públicos. O ministro da Fazenda ressaltou que seu objetivo é manter “a disciplina” nas contas públicas, que terminaram com um avultado déficit em 2014. Levy anunciou que participará neste domingo de uma reunião com a presidente Dilma Rousseff e outros ministros em Brasília, na qual avaliarão novos cortes no orçamento para este ano.
Fazer um ajuste robusto para reconquistar a confiança
Na conversa com jornalistas Joaquim Levy explicou que a retomada do crescimento no país passa, necessariamente, por dois fatores: completar o ajuste fiscal de maneira “robusta” no Congresso e retomar confiança do setor privado para investimentos. “Inclui votação no Congresso, evitar novos riscos fiscais, riscos de despesas que possam ter efeito no médio e longo prazo, e inclui ter confiança do setor privado, para que esteja disposto a crescer”, explicou. “Se isso acontecer, acho que 2016 pode ser um ano de notícias boas.” O ministro cumpriu agenda extensa ontem (16), em Santa Catarina, que inclui palestra a lideranças, em Florianópolis, almoço com empresários e visitas a fábricas em Joinville. Ao assumir o cargo de ministro, Levy fixou como objetivo obter um superávit fiscal primário, antes do pagamento dos juros da dívida, equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2014, o Brasil teve um déficit primário equivalente a 0,63% do PIB e um déficit fiscal (levando em conta o pagamento dos juros da dívida) de 6,7% do PIB, os piores resultados do país desde 2002.