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Desdobramentos do Conexão Empresarial

O Conexão Empresarial, evento promovido pela VB Comunicação, terminou ontem, em Tiradentes, com análise e debates de uma série de assuntos que terão desdobramentos na política e na economia brasileira. A começar pela carta redigida pelos empresários mineiros, que será entregue amanhã, ao presidente Michel Temer, pelo vice-presidente da Câmara Federal, deputado Fábio Ramalho. No documento, proposto pelo advogado Décio Freire (foto), que ganhou a adesão dos participantes, os empresários, dizem que estão “firmes no fundamento basilar do Estado Democrático de Direito, assegurado no parágrafo único, do artigo 1º da Constituição Federal, que prevê que ‘o poder emana do povo’ ao “encaminhar nosso apoio às Reformas Trabalhista, que visam a flexibilizar a consolidação das Leis do Trabalho que, em vigência desde 1943, carece de urgente modernização para que, juntos, possamos superar a grave crise econômica que assola o nosso país”.

 

Paulo Rabelo garante mais recursos para geração de novos empregos

Um dos principais debatedores no Conexão Empresarial, em Tiradentes, o presidente do BNDES, economista Paulo Rabelo de Castro, foi um dos mais assediados. Bem-humorado e solícito, ele atendeu a todos os que o procuraram para tirar as dúvidas em relação aos programas que o Banco tem para os próximos seis meses visando garantir a retomada do emprego. Uma coisa é certa, segundo ele: a partir de agora a ordem é descomplicar. “Eu ainda não tive tempo de fazer essa conta na vírgula, no detalhe, mas já tenho arriscado um palpite, embora a gente não deva lidar com dinheiro falando em palpite. Mas vou arriscar 20 bilhões de reais. Atualmente o desembolso gira pouco abaixo de 100 bilhões de reais. Se nós acrescentarmos 20 bilhões de reais a esses quase 100 bilhões, nós estaremos chegando a um nível de operação de 120 bilhões de reais, o que é bastante relevante no processo de retomada. A nossa meta preliminar é de uma aceleração em 20% do conjunto dessas linhas.

 

Novos postos de trabalho para 25 milhões de brasileiros

A principal preocupação do governo, segundo ele, é garantir o retorno das pessoas ao mercado de trabalho formal. Paulo Rabelo disse que “esses 25 milhões de pessoas que não só estão fora do mercado, mas que são pessoas que estão procurando emprego e não achando e desistindo de procurar, porque não acham, elas são o objetivo central do Banco. Minha meta é desenvolver negócios que tenham alta empregabilidade. O que eu quero é fazer a conta de quantos empregos a mais estão sendo gerados pelos milhões e pelos bilhões que o mercado venha a alocar. Um dos critérios prioritários, se não o mais importante, será o da geração de emprego e não será para depois de amanhã, isso é para ontem. Nós temos urgência em minorar a dor e a chaga do desemprego em nosso país. O Banco tem que aprender a, cada vez mais, dar respostas aceleradas, porque o Brasil tem pressa ”.

 

Ir onde o povo está

A ideia de Paulo Rabelo é a de buscar os pequenos empresários onde eles estiverem, ou interiorizar o desenvolvimento, como ele disse aos empresários mineiros. O Banco, segundo ele, já está no interior. “Em qualquer rincão do Brasil existe eventualmente uma iniciativa, uma obra, uma infraestrutura, uma planta industrial, um negócio financiado pelo BNDES. O que precisamos interiorizar um pouco mais, é a cabeça do BNDES. Por ser um banco muito solicitado, ele nunca precisou buscar pelo próximo negócio, porque o próximo negócio pega o avião e, provavelmente, vem falar conosco. Dentro da moderna gestão, e nós estamos também escrevendo uma lei de eficiência dentro do Banco para nos modernizarmos, nós temos que ir ‘onde o povo está’, como diz o poeta, e nós temos que praticar essa máxima.

 

Investindo nos pequenos negócios

O BNDES pretende abrir um canal na internet para facilitar o acesso do pequeno investidor, ou do pequeno sonhador, como gosta de falar Paulo Rabelo. “Não é este ou aquele setor, mas o negócio de pequeno porte. Não sei se gosto muito de ficar com essa nomenclatura de média, pequena e micro empresa. Na realidade, é a empresa iniciante, o sonho novo, o sonho que nasce pequeno e que tem que ficar maior é nessa curva de “pequeno para maior” onde existe maior empregabilidade e nós estamos buscando nos associar a esses pequenos grandes sonhadores , porque nós achamos que teremos mais repercussão na empregabilidade nesses novos canais e vamos lançar, até o final do mês, o canal do desenvolvedor, onde, qualquer interessado em financiar o seu negócio pode verificar se o BNDES tem condição de ajudá-lo, pela própria internet. Esse empreendedor vai poder verificar se poderá desenvolver o seu negócio no nosso negócio.

 

Sem mancha

Paulo Rabelo de Castro nega que o BNDES tenha liberado recursos irregulares para empresas, “como estão querendo fazer crer”. Segundo o economista, “algumas das operações de empresas, que estão de pé e que, até ontem, eram as princesinhas do Brasil, e que hoje estão em bocas de Matilde”, tinham algum financiamento vinculado ao Banco. O Banco analisou tecnicamente 100% desses projetos”. Rabelo e ressalta que diz isto, sem ter visto tudo ainda, mas que está apurando. Ele espera que dentro de 45 dias, como já prometeu, ter um livro verde de transparência de todas essas operações que causam a curiosidade da imprensa, para aí sim virar a página. ” No que couber ao banco, e o que couber é a operação financeira, a resposta já existe nos arquivos da instituição e posso dizer de antemão, que as operações foram todas tecnicamente analisadas. Nem poderia ser de outra forma. Analisadas por mais de uma dezena de pessoas, que, em cada operação iam conferindo desde o início do enquadramento até a aprovação final na diretoria. É só pensar na cadeia de decisões que tem que ocorrer até a aprovação final dentro do banco, para sacarmos que, muito dificilmente, alguém poderia mandar combinar alguma coisa inadequada com mais de uma dezena de pessoas ao mesmo tempo”.

 

Roubando folhas do discurso

Durante os debates no Conexão Empresarial, evento promovido pela VB Comunicação, em função dos muitos assuntos em discussão, tornou-se necessário controlar o tempo. Em um dos painéis, que contou com a participação do presidente da Fiemg, Olavo Machado Jr, ele tentava reduzir sua fala, quando foi interrompido pelo deputado federal Fábio Ramalho que disparou: “ se o Hélio Garcia estivesse vivo e aqui conosco, ele teria roubado algumas folhas do seu discurso e encurtado na marra”. Para quem acompanhou o ex-governador de Minas, ele tinha a fama de pegar parte dos discursos dos políticos que dividiam o palanque com ele, para evitar longas falas. A lembrança da velha raposa política mineira animou os participantes do encontro em Tiradentes.

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