O anúncio da decisão sobre a taxa de juros e a manutenção das medidas de estímulo pelo Federal Reserve (Fed), ontem, deixou de ser um tom a mais de preocupação entre investidores. A novidade do comunicado é que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) diz estar preparado para ajustar a intensidade da política monetária “apropriadamente” se os riscos que eventualmente emergirem comprometerem os objetivos do Fed – o máximo emprego e a inflação um pouco acima de 2% ao ano que não comprometesse as expectativas inflacionárias futuras.
Superaquecimento do mercado
Resta, ainda, saber como o Banco Central enxerga o superaquecimento do mercado imobiliário, com aumento de preços em níveis não vistos desde os anos que precederam a crise do subprime. A alta chegou a um ritmo anualizado de 12% na média nacional, com algumas cidades se aproximando dos 20%. Um deles foi o índice Case-Shiller, que leva o nome do Nobel de Economia Robert Shiller, um especialista em bolhas de ativos. Não houve qualquer mudança na taxa de juros, mas alguns economistas já defendem que o Fed sinalize que estuda reduzir as compras de títulos, como os que são lastreados em hipotecas.