Selic em pausa estratégica: transição lenta, não virada de ciclo

A comunicação recente do Conselho de Política Monetária (Copom) reforça um quadro de estabilidade prolongada da Selic. A inflação corrente tem surpreendido para baixo, núcleos cedem e expectativas convergem, criando ambiente mais favorável à política monetária. A atividade desacelera gradualmente, com mercado de crédito mais contido e hiato do produto caminhando para terreno menos pressionado. Esses fatores sustentam a avaliação de que o juro atual é suficientemente restritivo para manter a desinflação em curso. Apesar do avanço no relógio inflacionário, a sinalização institucional permanece cautelosa. O Banco Central, comandado por Gabriel Galípolo (foto/reprodução internet), privilegia a manutenção da taxa, evitando gatilhos prematuros para afrouxamento. O cenário fiscal e o ambiente internacional seguem como condicionantes-chave: deterioração das contas públicas, câmbio volátil ou choques externos podem adiar qualquer flexibilização. Não há indícios de virada iminente de ciclo; há preparação cuidadosa para um movimento futuro, dependente de dados e de credibilidade fiscal.