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Senado quer mais compromissos de empresas que receberem ajuda

Lideranças do Senado articulam incluir uma espécie de cláusula social para as compras de papéis de empresas privadas pelo Banco Central durante pandemia da covid-19. Entre as exigências, está a proibição para as empresas que forem beneficiadas pelo socorro do BC, demitir, sem justa causa, empregados que recebam salário de até três mínimos (R$ 3.135). A permissão para que o BC faça esses investimentos está sendo discutida na emenda do chamado “orçamento de guerra”, para o enfrentamento da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. O texto deve ser analisado pelo Senado nesta segunda-feira. Pela proposta, o BC poderia comprar títulos e carteiras de crédito diretamente das empresas, sem passar pelo sistema bancário. O argumento do Banco Central é que essa seria mais uma ferramenta para permitir a injeção de recursos em empresas que enfrentam dificuldades financeiras durante a crise. Nesta semana, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, estimou que a instituição tem potencial para comprar até R$ 972 bilhões nesse tipo de operação.

 

Impedir abusos

Os senadores querem, porém, colocar algumas condições. Além de proibir a demissão, propõem que a empresa beneficiada seja obrigada a pagar dividendos acima do mínimo obrigatório; seja proibida de recomprar ações próprias e de conceder reajustes a dirigentes, incluindo bônus, participação nos lucros e incentivos ao desempenho. Outra proposta é vedar a transferência do controle da empresa para pessoas jurídicas ou físicas domiciliadas e residentes no exterior. Na crise financeira de 2008, filiais de multinacionais instaladas no País que receberam ajuda do governo brasileiro, aumentaram depois remessas para o exterior para ajudar as suas sedes. Os senadores avisaram Campos Neto que vão alterar a PEC no trecho que dá poder de fogo à instituição, mesmo que essa parte da PEC tenha que voltar à Câmara. Só seria promulgado o restante da PEC, em que há consenso. No gabinete do relator, senador Antonio Anastasia (foto), o recado dado a técnicos é que o trecho do novo arsenal será mantido, porém, com redução em “excessos” apontados pelo Senado.

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