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Sinais são de mais queda na economia

A economia brasileira deu novos sinais de encolhimento no terceiro trimestre deste ano – deixando evidenciadas as dificuldades para superar a recessão que enfrenta. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), calculado pelo BC divulgado nessa quarta-feira (18), e que representa uma “prévia” do PIB, apresentou queda de 1,41% no terceiro trimestre deste ano, em comparação com os três meses anteriores. A variação foi feita após ajuste sazonal (desconto das variações típicas de cada época do ano). Esta é a quarta queda trimestral seguida do nível de atividade, segundo números revisados do BC para o IBC-Br. No último trimestre de 2014, também segundo o BC, a economia recuou 0,50%. Já nos três primeiros meses de 2015, o nível de atividade recuou 1,04%, seguido por uma retração de 2,09% no segundo trimestre e de 1,41% entre julho e setembro. A chamada “recessão técnica” se caracteriza por dois trimestres seguidos de queda do Produto Interno Bruto (PIB).

 

Resultado oficial do trimestre só em dezembro

Números prévios do IBGE já apontavam que a economia não ia bem no terceiro trimestre. A média móvel da produção industrial apontou recuo de 1,3% no terceiro trimestre, mantendo trajetória de queda iniciada em outubro de 2014, e as vendas do comércio varejista recuaram 3% de julho a setembro – contra os três meses anteriores. O resultado oficial do PIB do terceiro trimestre será divulgado pelo IBGE somente em 1º de dezembro. O mercado financeiro prevê uma contração do PIB de 3,1% neste ano e de 2% para 2016. Antes de 2014, a última vez em que a economia brasileira entrou oficialmente em recessão, segundo a série histórica revisada do IBGE, foi no início de 2009 – quando o PIB encolheu 2,2% nos três primeiros meses daquele ano, após ter recuado 4,1% nos três últimos meses do ano anterior. Naquele momento, o Brasil sofria os impactos da crise financeira internacional.

 

Números positivos somente em fevereiro e maio

Somente em setembro, ainda de acordo com números do BC, o nível de atividade registrou retração de 0,5%. Foi a quarta queda mensal seguida do indicador. Neste ano, somente os meses de fevereiro (+0,57%) e maio (+0,01%) não tiveram contração mensal do nível de atividade, de acordo com os números revisados do Banco Central. Os números do Banco Central mostram que, de janeiro a setembro deste ano, o indicador sem ajuste sazonal (pois considera períodos iguais de tempo) mostrou queda de 3,38% na atividade (com ajuste, a retração é de 3,37%). E, no acumulado em 12 meses até setembro, o indicador (dessazonalizado) do Banco Central registrou contração de 2,73% (sem ajuste, é de – 2,76%).

 

Um “antecedente” do PIB

O IBC-Br foi criado para tentar ser um “antecedente” do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos. Os últimos resultados do IBC-Br, porém, nem sempre têm mostrado proximidade com os dados oficiais do PIB, divulgados pelo IBGE. Em 2012, por exemplo, o IBC-Br mostrou um crescimento de 1,6%. Posteriormente, o resultado oficial do PIB mostrou uma alta menor, de 1%. Em 2013, o BC acertou. Previu uma alta de 2,5%, que foi depois confirmada com a revisão feita pelo IBGE. Em 2014, o BC estimava uma retração de 0,15% no PIB, mas os dados oficiais mostraram uma alta de 0,1% no ano passado. O Banco Central já informou, em 2013, que o IBC-Br não seria uma medida do PIB, mesmo que tenha sido criado para tentar antecipar o resultado, mas apenas “um indicador útil” para o BC e para o setor privado. O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros (Selic) do país. Atualmente, os juros básicos estão em 14,25% ao ano, o maior nível em 9 anos.

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