Logo
Blog do PCO

João Doria garante que quer prefeitar, não candidatar

Ele foi eleito para prefeitar. E tem consciência que prefeitar a maior cidade da América Latina, que é também a terceira capital do mundo e a sexta maior cidade do planeta, não é para os fracos. Nos dois primeiros meses de administração, João Doria, tem atraído a atenção da população e dos empresários para as suas ações O resultado dessas medidas é que levou seu nome a ser considerado também para a disputa de 2018. Ele nega ter pretensões neste sentido e fala dos problemas que vem enfrentando com a burocracia, que para ele, só atrapalha e emperra o desenvolvimento, já que a Lava Jato está aí para provar que o excesso de burocracia não inibe a corrupção.

 

Que outras medidas de impacto o senhor pretende tomar, após esse início de administração agitado?

Falta muito ainda. Mas estou cumprindo a minha obrigação, os meus compromissos de campanha e sendo um bom gestor, fazendo o que tem que ser feito, com prioridade para as áreas de saúde, educação, assistência social e zeladoria, que eram áreas muito falhas na gestão em São Paulo e que nós estamos corrigindo de maneira muito inovadora na cidade.

 

Algumas ações estão causando muita polêmica, como a questão das pichações e os grafites. Com essas críticas o senhor acha que vai continuar tendo o apoio da população?

Tenho apoio majoritário da população. 77% da população de São Paulo apoia as medidas. Pichação é agressão, não há nada de arte na pichação. Uma coisa é você falar de grafite e os murais, que são arte urbana, desde que autorizados, são bem vindos e reconhecidos como arte. Pichação não. Pichação é agressão e é intolerável. Temos tomado medidas duras. Conseguimos aprovar um projeto que pune com multa de cinco mil reais qualquer pichação, mais 10 mil com a reincidência e mais o custo da recuperação, do muro, da garagem e se for bem público ou patrimônio cultural e histórico, o valor é integral e pode levar à prisão, fora o crime ambiental, que tem pena de três meses a um ano de prisão. Nós seremos absolutamente duros em relação aos pichadores e tenho dito a eles que, ou mudam de profissão ou de cidade.

 

Essas medidas que o senhor vem tomando estão empolgando os seus aliados, que o consideram como uma possibilidade para 2018. O senhor tomou gosto pela política e pode vir a se candidatar em 2018?

Não é hora disto. Eu fui eleito para ser prefeito de São Paulo e tenho de prefeitar. Na minha cidade 53% da população votou e elegeu alguém, pela primeira vez no primeiro turno, para ser prefeito e não candidato, seja lá para que for. Fico muito honrado com a lembrança do meu nome, mas tenho que prefeitar.

 

O senhor está com quase 60 dias de mandato. Administrar é mais fácil ou mais difícil do que o senhor imaginava?

Está dentro da expectativa. É bastante duro. A gestão da cidade é difícil, é complexa, envolve vários segmentos da população e é uma cidade monstruosa, com 12 milhões de habitantes. São Paulo é a maior cidade da América Latina e a terceira maior capital do mundo. É a sexta maior cidade do planeta. Tudo é complexo. Qualquer número em São Paulo implica em uma dificuldade a altura da sua própria dimensão. Eu estava preparado. O que me incomoda um pouco é o excesso de burocracia. O setor privado não está acostumado com tanta burocracia. Seguindo as regras, vou ter que me acostumar sobre certo aspecto, mas onde pudermos agir para eliminarmos a burocracia, nós vamos agir. O que estiver ao alcance do município, nós vamos fazer.

 

Na burocracia municipal o senhor pode agir, mas na estadual e federal?

Nós temos que seguir. Infelizmente a minha capacidade de influência é mais limitada. No plano municipal, tudo o que nós pudermos fazer para eliminar a burocracia vamos fazer. Já começamos a fazer e vamos continuar fazendo.

 

O senhor pretende comandar alguma campanha contra a burocratização?

Eu tenho falado com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sobre esses aspectos e tenho dito a ele que nós temos que eliminar a burocracia ou reduzi-la ao mínimo para poder cumprir a legislação. No plano federal também tenho falado com o presidente Temer, que tem sido um bom parceiro, mas falta um movimento ainda maior e será preciso que esse movimento seja de todos os governadores e do próprio governo federal. É muita burocracia. Esse excesso de desconfiança não garante solidez e transparência para a gestão pública. É só ver a Lava Jato. Toda essa burocracia já existia no governo do PT e olha no que deu, a maior falcatrua da história política e da história do país. Não adianta você ter excesso de burocracia. Faça os processos transparentes, mas com menos burocracia para que a população possa ter acesso aos seus serviços de forma mais rápida e eficiente. Isso não implica que não se tem transparência, assim como o excesso de burocracia não garante a honestidade e a lisura nos processos públicos.

 

A população ainda está muito insatisfeita com os políticos. Para 2018 os nomes que estão aí têm muita rejeição. Como o partido do senhor, o PSDB pode resolver isso e apresentar nomes novos e responder as ruas?

Eu tenho uma sugestão: prévias. Foi o que fizemos em São Paulo, as prévias. Eu só pude ser candidato e estou falando isto não para me projetar para 2018, mas como exemplo de um empresário que não tinha vida orgânica no partido, embora fosse filiado ao PSDB desde o ano 2000. Mas só consegui me tornar candidato dentro do meu partido porque houve as previas, porque elas refletem um sentimento democrático e amplo dentro de uma estrutura partidária e foi isso que houve em São Paulo. Foram quatro candidatos que disputaram, sendo três aglutinados em uma candidatura e eu. Nós vencemos no primeiro e no segundo turno e depois vencemos as eleições, saindo de 2%, chegando a 53% dos votos válidos no primeiro turno, o que é uma demonstração muito clara que o processo democrático passa pelas prévias. No caso do PSDB sou um grande defensor das prévias.

 

O senhor se surpreendeu com o Instituto Paraná que o colocou com 9% das intenções de voto?

Fiquei feliz, é muito bom você ser lembrado. Mas volto a dizer que não é meu objetivo. Fui eleito para ser prefeito e é o que vou fazer: ser prefeito da cidade de São Paulo. Sou candidato a ser um bom prefeito, o que é a minha obrigação. Fui eleito para isto.

 

Quem tem mais condições, Aécio ou Alckmin?

Respeito muito o senador Aécio Neves, ex-governador do estado de Minas Gerais, mas meu candidato à presidência da República é Geraldo Alckmin.

 

Mas com esses nomes colocados, como atender a vontade das ruas?

É preciso interpretar corretamente o resultado das urnas. As eleições de outubro reproduzem isto com muita clareza. É preciso ter essa sensibilidade para interpretar aquilo que a população deseja e espera. Se não houver essa sensibilidade haverá um distanciamento e esse distanciamento se traduz em reprovação.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *