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A pauta dos prefeitos

Paulo César de Oliveira
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Os prefeitos estão de olho nos candidatos à presidência da República para garantir que não sejam retirados recursos dos municípios, como pode acontecer com a votação de algumas matérias que tramitam no Congresso Nacional. Essa é uma bandeira que a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (foto), também assumiu. Ela teme que algumas medidas tomadas agora possam ter reflexo após a eleição.

Após as eleições, a população pode pagar um preço muito maior do que agora devido a essas medidas para conter a inflação? 

Eu não tenho dúvida, porque neste momento, eu diria que não há política econômica. O que temos é um tumulto, uma sequência de providências, algumas das quais são inclusive contraditórias entre si. Por falta de clareza, de rumo, nós estamos todos: trabalhadores, população sem teto, até o mercado, inteiramente refém dessa situação de insegurança. Acho realmente que quanto mais rápido acabar o governo Bolsonaro, melhor para todos nós.

Qual é a principal pauta dos prefeitos para os candidatos à presidência da República? 

Nós temos muitas, mas sem sombra de dúvida, neste momento, nós estamos lutando contra esse arremedo de reforma tributária, que exclusivamente, retira recursos das nossas contas. Estamos também aguardando com muita ansiedade- os prefeitos das grandes cidades e das cidades médias-, a efetivação de um projeto de lei que já foi votado no Congresso e que transfere recursos para o transporte coletivo. O transporte coletivo hoje, nas grandes cidades brasileiras é um sistema em situação de colapso, pela sua obsolescência tecnológica, pela sua incapacidade de financiamento. Embora exista uma emenda constitucional que define o transporte como um direito constitucional a semelhança do que são a saúde, a educação, a segurança, nós não temos o apoio necessário da União para podermos dar respostas satisfatórias. 

O modelo atual é ineficiente e não há um outro caminho? 

Neste momento, qualquer candidato a presidência da República vai ter que dizer a nós prefeitos qual é a sua compreensão sobre o pacto federativo, porque deixar com os municípios os ônus das despesas das grandes políticas públicas e retrair-se para programas como esse o financiamento da dívida interna, que não tem um rebatimento imediato na vida das pessoas, eu entendo que é uma grande irresponsabilidade e nós esperamos que essa situação venha mudar. 

Juiz de Fora, ao contrário de muitas cidades, está atraindo indústrias, está conseguindo avançar após a pandemia. Como é que está a vida aí na cidade? 

A vida vai bem obrigada. Nós estamos abrindo um novo ciclo de desenvolvimento, com a chegada de grandes empreendimentos econômicos, empresas mundiais, empresas que têm na sua pauta a sustentabilidade, que é o nome do desenvolvimento do século 21. Um desenvolvimento que não tem compromisso com a sustentabilidade ele é profundamente lesivo às populações que ele alcança. Estamos também desenvolvendo socialmente e eu queria dizer que, após a pandemia nós estamos com a cidade voltando a vida, voltando ao convívio, as festas, as práticas de rua. Nós estamos nos finais de semana com a cidade fervendo. A cidade está em festa e isso certamente mostra o espírito, que nós estamos neste momento experimentando, de alívio, após o nosso enfrentamento da doença. (Foto reprodução internet)

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