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Abílio Gontijo Jr: Minas tem a pior malha viária e é um problema para o setor rodoviário

Paulo César de Oliveira
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Abilio Gontijo Jr

Investir no Brasil não é uma tarefa fácil. São muitos os problemas enfrentados, que vão desde as questões fiscais, burocráticas a infraestrutura precária. E é esse o problema enfrentado pela Gontijo, uma empresa de transporte de passageiros criada por Abílio Gontijo há 82 anos, e que corta o Brasil de ponta a ponta. Atuando em 25 estados, sob a coordenação de Abílio Gontijo Jr. (foto/reprodução internet), as turbulências internacionais e o preço do petróleo são os menores problemas enfrentados pelo setor. A infraestrutura precária – principalmente nas rodovias que cortam Minas Gerais – é, segundo ele, uma prova de que o Brasil não é para amadores.

O setor de transportes sofre com as instabilidades externas, com o preço do petróleo e com problemas de infraestrutura.  Como é ser empresário nesse tipo de setor no Brasil?

Ë uma dificuldade. Os nossos grandes problemas são regulamentares, que dependem do governo. Então, todo dia é um desafio.  Esses problemas você citou de petróleo, são os nossos menores problemas. 

A Gontijo tem quantos anos?

A empresa tem 82 anos. Ela foi fundada por meu pai em 1943.

Passou por várias crises no país?

Várias. Todas as crises que nós tivemos desde a fundação da empresa nós as enfrentamos.  Eu tenho 53 anos de trabalho na Gontijo. Nesses 53 anos, foram 53 anos de crise. 

É difícil investir no Brasil?  

O Brasil é isso aí. O Brasil não é para amador. Não foi feito para amador. Nós temos 1.100 ônibus e atuamos em 25 estados. Cortamos o Brasil todo, cortamos o Brasil inteiro. 

E onde é mais difícil, qual estado tem a pior em infraestrutura?

Por incrível que pareça, é em Minas, onde temos a pior infraestrutura do Brasil. Minas Gerais tem a maior malha e é onde temos a maior dificuldade em termos de infraestrutura. Em termos de segurança, não. Aqui, em Minas, isso não é problema, mas em termos de infraestrutura o pior estado é aqui. Enfrentamos muitas dificuldades devido a precariedade das rodovias.

Muitos empresários estão esperando a reforma tributária para ver se a situação melhora. O senhor acredita que as mudanças aprovadas no Congresso Nacional vão melhorar a questão fiscal?

Nos 53 anos em que eu trabalho, toda a reforma que eles falarem em fazer no Brasil, só veio para piorar. Eu nunca vi uma reforma no Brasil melhorar nada. Agora, pode ser que a reforma tributária venha a melhorar. Vamos esperar para ver.

A indústria automobilística está investindo muito nos veículos elétricos. Esse tipo de transporte pode dar certo em ônibus, em veículos para viagens longas?

No meu setor, que é o transporte rodoviário de longa distância, não. O carro elétrico é inviável primeiro porque ele não tem autonomia. Um ônibus meu sai para rodar por 60 horas sem parar. O motorista não pode ficar parando, ficar 2 horas parado para carregar a bateria.  Em termos de tecnologia, para nós vai continuar sendo o óleo diesel mesmo. Não vejo outra alternativa.

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