Desde que assumiu o comando da Secretaria de Comunicação do governo de Minas, em março, o secretário Bernardo Santos (foto/reprodução internet) tem trabalhado para melhorar a comunicação do governo com a população. Se o primeiro mandato do governador Zema foi de dificuldades, a partir de agora, mesmo com as contas ainda no vermelho, o governo pretende avançar com obras- algumas delas se tornaram possíveis a partir do acordo do governo com a Vale com o ressarcimento ao estado pelos estragos causados pela tragédia em Brumadinho, ocorrida em janeiro de 2019.
O governo está com plano de obras. O que o governador quer entregar para a população?
Nós ainda continuamos com o desafio econômico, que ainda persiste porque Minas Gerais tem quase R$ 200 bilhões de dívida e temos que renegociar essa dívida. Um dos mecanismos que existe hoje no Brasil é o Regime de Recuperação Fiscal, que permite alongar a dívida e deixar o que deveria pagar hoje, para pagar ao longo do tempo. Nós poderíamos gastar o dinheiro que se arrecadar com coisas mais prioritárias, ao invés de pagar a dívida. Ainda existem alguns problemas para resolver, mas o governador está fazendo todo o esforço para fazer entregas. O esforço de fechar o acordo de Brumadinho foi no nosso governo. Isso não existia no Brasil. Ninguém nunca tentou fazer isso e o governador, junto com a Justiça mineira, junto com a promotoria, a Procuradoria-Geral mineira conseguiu fechar este acordo, mesmo com alguma resistência da Assembleia Legislativa. Agora o presidente Tadeu é um parceiro nosso, e construímos esse acordo para poder ter condição de recuperar o que tinha sido destruído. A preocupação do governador Zema é a de fazer agora, porque não adianta você fazer daqui a 100 anos. As pessoas que vivem hoje precisam disso para viver o agora, não para viver o futuro. Da mesma forma que quem vive de passado é museu, quem vive de futuro é astrólogo, é adivinho. Ele está trabalhando para fazer as coisas, mas ele não vai ser irresponsável de meter os pés pelas mãos. Ele não vai prometer coisas que ele não consegue entregar.
Mas terá o que entregar?
Ele está trabalhando para fazer as coisas, mas ele não vai ser irresponsável de meter os pés pelas mãos. Ele não vai prometer coisas que ele não consegue entregar. Ele não vai falar que vai fazer uma coisa se não tiver o recurso para fazer. Ele é bem pé no chão, um autêntico mineiro. Mas está fazendo. O Rodoanel temos os recursos garantidos para fazer. Conseguimos fechar a concessão do Rodoanel. O metrô a gente conseguiu conceder e já tem alguns ganhos do metrô e é muito provável que os passageiros já consigam perceber alguns ganhos. Já temos algumas reformas, parece que o tempo das viagens melhorou, está com uma empresa que está mais organizada. Estamos conseguindo recuperar uma série de estradas. Estamos fazendo um esforço. Ele está sendo muito austero com a administração para poder ter o que entregar para o mineiro. Tem as trilhas de futuro, as cirurgias eletivas que foram retomadas depois da pandemia. Tem uma série de UBS que a gente conseguiu reabrir que estavam fechadas no governo anterior. Construímos outras, tem vários hospitais em que ele conseguiu ampliar o atendimento para a população. Tudo o que é possível ele está fazendo e acho que é por isso que ele foi reeleito. Ele tem mostrado a vontade de fazer as coisas, de fazer o certo, as coisas que são necessárias, com responsabilidade, para em um futuro breve não vivermos outra catástrofe como a que pegamos aqui quando assumimos o governo.
Os servidores públicos elegem ou levam à derrota políticos. Como o governador vai estabelecer essa relação com os servidores, com todos os setores querendo reajuste salarial?
Ele vai fazer o que é possível fazer. Tenho certeza de que ele quer dar reajuste para todo mundo e se não é possível, ele não vai dar, porque ele não vai cometer o mesmo erro do passado. Ele não quer criar esse problema de novo para o futuro. Ele só vai dar o que puder. Tenho certeza que ele falaria que,” se perder qualquer eleição for a solução do problema, eu topo”. Ele está aqui pelos mineiros. Ele não vai tomar atitudes irresponsáveis, entrar em nenhuma aventura econômico-financeira para ganhar uma eleição. Ele é um político diferente porque ele está, não pensando nas próximas eleições, mas sim nas próximas gerações. A diferença está aí.
Com a Assembleia Legislativa, já é possível perceber a diferença no relacionamento entre Executivo e Legislativo?
O presidente Tadeu é uma pessoa muito participativa, uma pessoa muito educada, que gosta de discutir as coisas, coloca para gente as dificuldades e acho que ele vai ser um parceiro na solução dos problemas. Com os outros deputados, também acho que a gente tem uma convivência boa, as próprias eleições mostraram isso. Vários deputados foram eleitos com apoio do governador, com a gente construindo essa base. A convivência a gente constrói. Não adianta a gente achar que aquilo ali está garantido. Nós temos de continuar conversando para tentar chegar nesses pontos de equilíbrio entre a opinião do Executivo e do Legislativo para melhorar a vida da minerada. Afinal das contas, estamos aqui trabalhando para eles.