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Blog do PCO

Mudando o rumo das coisas

A crise provocada pela pandemia do coronavirus não afetou a todos. Ao contrário, alguns setores cresceram, empregaram e tiveram lucro nesse período. Esse é o caso do empresário Modesto Araujo (foto), da Drogaria Araujo. Para ele, apesar da gravidade da situação, muitos conseguiram se reinventar. Mas o governo, apesar dos esforços feitos, enfrenta posições conflitantes com o Legislativo, Judiciário e com a imprensa. Modesto Araujo entende que se todos colaborassem, a situação poderia ser menos traumática.

 

O pior já passou? A tendência é a de recuperação da economia?

Acho que os Poderes não estão se entendendo, quando o Congresso, a essa altura do campeonato aprova uma lei para gerar milhões de aumento de gastos com os funcionários públicos – felizmente o Congresso acabou não aprovando o aumento- , quando o Judiciário interfere em tudo, por mais bem intencionado que seja o presidente, com tanta interferência do Legislativo e do Judiciário, fica difícil administrar, de gerir. Com todos os percalços, o Brasil está crescendo, a economia está recuperando. Mesmo com toda essa situação, a indústria está voltando com a sua produção, o comércio está aumentando a sua participação, isso exige uma maturidade dos Poderes para deixar o país andar sem tanta interferência.

 

A política que atrapalha o governo?

É. Tem situação em que se prova que a pessoa roubou e vem o Judiciário e o solta da prisão. O governo quer privatizar, mas a burocracia é de tal ordem que ninguém quer privatizar. Todo mundo quer levar vantagem. Nós estamos perdendo profissionais que entraram no governo. Perder um profissional competente como Salim Mattar, um profissional competente como Paulo Uebel, é de entristecer. A máquina pública é emperrada. Não querem fazer nada para que o país mude, melhore e a cada dia vemos mais corrupção, de safadeza, roubalheira. Olha o que está acontecendo no Rio.

 

A dificuldade para continuar com o combate a corrupção, o afastamento do governador do Rio, Wilson Witzel, tudo isso leva um aumento do descrédito em relação aos políticos e afasta os bons políticos?

Acredito que as pessoas de bem vão sempre querer tirar os bandidos que estão impedindo o país de crescer. Sempre haverá um Salim Mattar e vários outros que vão trabalhar para que o país cresça. Nós já vimos o que é o socialismo e está na hora de mudarmos. E a imprensa não colabora com nada. Essa pandemia, por exemplo, foi uma pandemia política, demagógica, uma pandemia da imprensa, que só divulgou notícia ruim, gerando depressão nas pessoas. Isso é muito triste, tem que ter um jeito de cada um de nós fazer alguma coisa que possa mudar o nosso país.

 

O senhor acha que a situação não foi tão grave quanto se apresentou?

A situação foi grave. O povo demorou a se conscientizar, mas não precisa colocar a situação mais grave do que ela foi. Precisa de mostrar sempre uma luz no fundo do túnel, uma esperança. Essa esperança não existiu. As cosias não estão tão ruins assim. A Araujo, no primeiro semestre admitiu, contratou 1.550 de janeiro a junho. Além disso, nós promovemos 497 funcionários e abrimos 15 lojas e temos mais 30 para abrir nesse ano. Reformamos 18 lojas. Esses números são para mostrar que as coisas não estão tão ruins assim. Para se ter uma ideia, a Araujo cuidou dos seus funcionários, dos parentes dos seus funcionários, deu toda a segurança para ele atender o público. As pessoas estão integradas, não querem ficar em casa, querem atender a população, a quem está precisando, mas a imprensa não fala isso. Falam só dos desempregados, não fala das contratações. Nós aplicamos 55 mil testes de Covid-19 e isso representa 65% dos testes aplicados em Minas Gerais. A realidade é outra. Quando se trabalha direito, com técnica, é competente para saber gerir o seu negócio, se tem resultado. O resultado seria melhor se todos cooperassem com o governo. O governo está soltando uma dinheirama, a economia está girando no país todo. A imprensa fala que o dinheiro está demorando, que tem fila na Caixa Econômica.

 

Com a reabertura do comércio, a tendência é a de recuperação da economia?

Nesse período investi no digital, no drive thru, atendendo pelo carro, entregando em casa. Trabalhamos com a situação do momento. Se vai mudar? Vai mudar, já está mudando. Em uma crise é preciso inovar. O mundo não vai acabar. As coisas vão mudando progressivamente e garanto que na hora que der, nós vamos voltar ao normal. A Araujo passou por duas guerras mundiais, por vários planos econômicos e nós sobrevivemos. Nós precisamos que a imprensa comece a ajudar as pessoas que estão em casa a terem motivação, menos depressão e fazer com que as pessoas que estão no grupo de risco possam se sentir que há uma luz no fim do poço. O Legislativo tem que fazer a parte dele, o Judiciário tem que fazer a parte dele e o Executivo tem que fazer a parte dele. Não está na hora de aumentar o salário do funcionalismo público, está na hora do governo investir em saúde, está na hora dos bandidos do Rio de Janeiro roubar o dinheiro em vez de aplicar na saúde? São coisas que vamos olhando e ficamos revoltados. Em uma pandemia como essa, os políticos estão pensando mais nas eleições do que na vida das pessoas. Isso é revoltante.

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