Montes Claros está prestes a se tornar uma referência educacional no Norte de Minas. Isso porque a FIP, Faculdades Integradas Pitágoras será transformada em um Centro Universitário. A diretora e fundadora da escola, Fátima Turano, passará a ocupar o cargo de reitora, com a responsabilidade de formar profissionais nas áreas de exatas, humanas, ciências aplicadas e na área médica. Para Fátima Turano (foto), esta é uma resposta ao desenvolvimento da região e da necessidade de se formar mão de obra cada vez mais qualificada.
Como educadora, como é formar um Centro Educacional como este em Montes Claros?
É extremamente gratificante. Educar é um processo muito demorado. Até que se consegue chegar nesse ponto demora muito. Nós vamos fazer 18 anos. É muito complexo, porque temos que ter as áreas distintas: exatas, humanas, ciências aplicadas e a área médica. A única coisa em que não conseguimos tirar uma nota muito boa foi em pesquisa e publicação de professores, que são questões que são levadas em conta. Como nós fomos implantando devagar, com o cuidado, foi a coroação de um trabalho bem realizado, do trabalho pedagógico gratificante, com uma proposta de pedagogia ativa, com a problematização da realidade, nós tivemos um trabalho muito grande de conscientizar os professores e trabalhar com eles. Considero a nossa equipe fantástica e foi em função disto que aceitou a inovação e a pratica.
Para a região de Montes Claros, o que significa ter um Centro Universitário com esse nível de excelência?
É uma resposta ao crescimento da própria região. São várias as instituições de ensino superior, mas tínhamos a Unimontes como a única universidade e temos agora o Centro Educacional. Então, a cidade tem agora, duas grandes referências no Norte de Minas. Isso acontece em decorrência do próprio desenvolvimento da região e da Instituição Pitágoras, a FIP (Faculdades Integradas Pitágoras), que chegou neste momento muito esperado. Nós nos preparamos para chegar a este patamar.
Em um país onde a educação não é prioridade, como foi pensar em um projeto como este?
É muito difícil, principalmente porque temos que ter professores com horário integral e professores com mestrado e doutorado. Para que isto acontecesse, tive que financiar, ajudar os professores para que eles tivessem a titulação necessária para tornarmos um Centro Universitário. Nós fizemos parceria com a Unimontes para o mestrado na área de saúde, porque não tínhamos outra opção. Fechamos uma parceria, em que nós financiamos o curso e com isso conseguimos titular todos os nossos professores. A minha satisfação maior é que sou uma pedagoga. Eu tenho prazer em trabalhar com a educação. Nós investimos no profissional. Não só nos professores, como nos funcionários também fazem pós-graduação, graduação. Os que querem fazer uma graduação ganham bolsa de estudo e depois de concluído o curso, tentamos encaixá-los dentro do curso que fizeram. A visão de educação é muito importante, ainda mais em uma região tão carente como a de Montes Claros, apesar de ser a cidade mais importante da região, é difícil fazer esse trabalho, por não se ter material humano para oferecer esse serviço. Nós fizemos essa parceria com a Unimontes na área de saúde, mas nas outras áreas, nós fomos obrigados a financiar para que nossos professores pudessem fazer os cursos de mestrado e doutorado.
A partir de agora, quais serão os próximos passos?
Agora a meta é nos tornarmos universidade. Para nos tornarmos uma universidade nós precisamos ter o desenvolvimento de pesquisa e para isso o processo é bem mais complexo. O Centro Universitário não tem a obrigatoriedade de fazer a pesquisa. Ele tem que ter mestrado, o que é diferente de se fazer pesquisa para buscar respostas diferenciadas, que é a característica da Universidade. Nós vamos ter um tempo para chegar lá. Os avaliadores disseram que nunca poderiam imaginar que iriam encontrar em uma região carente, uma escola como a nossa. Ficaram impressionados com o nosso ambulatório e todos os cursos da área de saúde, as instalações modernas, com todos os laboratórios também na área de engenharia, tudo muito bem mesmo. É o que eu sonhei ter. Fui fazendo devagar aquilo em que acredito ser o modelo ideal de escola. Nós temos uma estrutura em que o aluno fica mais seguro para aprender e para ingressar no mercado de trabalho, como tem acontecido e isto é muito importante para nós.