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Chuvas e mineradoras

Paulo César de Oliveira
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As chuvas além da média, que assustaram Minas Gerais, causaram pânico e o temor de se repetir tragédias com o rompimento de barragens, como as que aconteceram em Mariana e Brumadinho. A lama que desceu após o transbordamento do dique da Valourec, invadindo a BR-040, acendeu a luz vermelha, mas o presidente do Conselho do Ibram, Wilson Brumer (foto), afirma que segurança operacional e a segurança de barragem são prioridade zero para as mineradoras. As chuvas atípicas que aconteceram esse ano assustaram, mas ele acredita que o pior já passou. Brumer, que vem atuando no Ibram durante as duas tragédias, se despede do órgão, que agrega as principais empresas de mineração do estado. Ele deixa o seu cargo no final de fevereiro. 

Com as chuvas, cada vez mais intensas, ficou difícil para o setor mineral fazer esse trabalho de prevenção? 

Essas chuvas, com exceção do que aconteceu na Vallourec, em termos de barragem não tivemos problemas. Algumas mineradoras até paralisaram as atividades ou semiparalisaram. Me perguntaram se isso tudo pode ter efeito na produção: isso tudo é feito levando-se em conta estoques, exportação, e por isso não acredito, que afetou em termos de produção. Já a vigilância tem que ser constante. Esse período de chuvas é preocupante, espero que o pior tenha passado, mas a segurança operacional e a segurança de barragem são prioridade zero. As chuvas de final de ano não são novidade. Esse ano foi atípico, em termos de concentração e a barragem, por princípio, não é feita para romper. Os cuidados com as barragens aumentaram muito após as tragédias de Brumadinho e Mariana. Estão sendo redobrados os cuidados com as barragens. As chuvas são um fator adicional, mas não são só as chuvas, são muitos fatores, inclusive de operação. Levando em conta que muitas barragens entraram em processo de descaracterização. Os cuidados com as barragens tiveram um despertar muito forte com as duas tragédias. As chuvas são um cuidado a mais, ainda mais com essa concentração de chuvas. 

Os acidentes ainda assustam, como o da Valourec, com a lama invadindo a BR-040? 

Esse da BR 040 não foi bem o rompimento de barragem, o excesso de chuva acabou fazendo encher mais do que o normal, o que não quer dizer que não tem que cuidar. Tem que ser levado em consideração. 

As fiscalizações nas mineradoras têm acontecido da forma adequada? 

Elas têm acontecido de forma constante. A fiscalização está acontecendo. 

A sua saída do Ibram se dá em que situação? 

Entrei no momento pós Mariana e pós Brumadinho, um momento que foi muito complicado para o setor, mas nesse ínterim, além das mudanças em termos de governança, melhorou muito em termos de comunicação. Também assumi a presidência executiva e do conselho da Mover, que é a antiga Camargo Correia. A empresa tem participação na segunda empresa na segunda produtora de cimento no Brasil, com atividades também na Argentina, na África do Sul, Moçambique e no Egito. Além disso, participação na CCR. Com a volta das reuniões presenciais, eu teria conflito de agenda e não poderia comparecer em todas as reuniões. Em dezembro comuniquei a minha decisão. Vamos definir com calma o substituto. Eu e o Flávio Penido combinamos que como entramos juntos, sairíamos juntos. Então, um presidente representante das empresas assume o meu lugar e outro assume o lugar do Flávio. (Foto reprodução internet)

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