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Domingos Sávio: alianças que vão além das eleições municipais

Paulo César de Oliveira
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Domingos Sávio

Muitas articulações e acordos em torno das alianças nesse segundo turno das eleições municipais. Em Belo Horizonte, o PL busca o apoio dos Republicanos e do MDB. As conversas avançam para buscar o apoio dos partidos, dos candidatos que não passaram para o segundo turno, mas que têm liderança política, que pode se reverter em votos. O presidente do PL em Minas, deputado Domingos Sávio(foto/reprodução internet), lembra que esse é um passo para outros projetos políticos, passando pelas presidências das Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e Câmara Federal. As conversas também avançam em relação as eleições em 2026 e o PL quer se aproximar do governador Romeu Zema para viabilizar uma aliança em torno da sua sucessão.

O PL está buscando o apoio dos Republicanos nesse segundo turno. Como estão as negociações nesse sentido?

Temos conversado com o Euclides Pettersen e o Gilberto Abramo, presidentes municipal e estadual do PL. Tenho uma boa relação com os dois, em especial com o deputado Gilberto Abramo, e a conversa foi muito positiva. Estamos em um processo de alinhar os nossos propósitos. Estamos aguardando uma oportunidade de ter uma reunião social do Bruno com o próprio candidato do Republicanos, Mauro Tramonte. Os dois também têm uma convivência boa na Assembleia Legislativa e Tramonte descansou um pouco, o que é natural. A campanha foi muito exaustiva. Ele foi, me parece, para Poços de Caldas e está retornando. O Gilberto ficou de agendar, oportunamente, uma conversa entre ele e o Bruno. Nós estamos também, procurando alinhar essas questões de interesse dos partidos, uma vez que o PL e o Republicano são partidos que têm caminhado juntos. Caminhamos juntos na campanha do presidente Bolsonaro, temos uma relação boa no Congresso Nacional, nossos líderes estão alinhados. O Tarcísio de Freitas tem um alinhamento muito estreito com o PL e teve o apoio total do PL. Há uma série de fatores que facilitam. Agora, é claro, temos que construir a aliança envolvendo não só o partido, mas os líderes, no caso o Tramonte e o Bruno.

O Republicanos tem mais identidade com o PL do que com a candidatura do PSD?

Eu acho que sim. O próprio Republicanos tem manifestado o desejo de ver uma mudança na prefeitura de BH. Então, acho que essa vontade de criarmos uma mudança de direção na prefeitura, que vem sendo governada pela esquerda ou por governantes que se associam muito à esquerda. E agora, mais uma vez, o Fuad, que se coloca como um político de centro, já está associado à esquerda com o PT do lado dele. Caso haja continuidade com o Fuad, será uma continuidade, na minha avaliação, piorada, uma continuidade mais à esquerda. E o Republicanos defende os mesmos princípios que o PL defende. Então eu acho que seria muito natural uma aliança em torno de princípios para colocar em prática mudanças que são necessárias em BH. Seria mais coerente uma aliança com o PL. Essa aliança facilita também, articulações futuras, isso é indiscutível. O foco é BH, é claro. A prioridade é BH, é de alinhar para ter um projeto de mudanças em BH. Quem quer a continuidade deste mesmo tipo de governo é o PT. Tem muita gente dentro do governo do Fuad. O PT continua tendo muito espaço dentro do governo do Fuad, porque o PT apoiou a eleição do Fuad, do Kalil.

O Republicanos é um partido que sempre teve mais distante dessa esquerda socialista. Inclusive o Republicanos tem uma tradição muito forte com os evangélicos. É um partido que não comunga com as teses da esquerda.

Nós temos de trazer o partido, trazer a chapa de vereadores, os suplentes, os que disputaram e, principalmente, chegar no eleitor do Tramonte, trazer o eleitor do Tramonte. O eleitor que votou pela mudança, porque votou no Tramonte votou para mudar o rumo. Estamos nessa mesma linha com o MDB e com o Gabriel.

Essa conversa passa também por um acordo entre os partidos lá no Congresso Nacional?

Não passa por um acordo, isso não está colocado como condição, mas acaba que, vamos ser realistas, ajuda. Fica mais natural. Se você se une num projeto importante como o da capital mineira, você vai criando uma relação de proximidade mais sólida.

Isso pode ajudar no Congresso?

Eu diria que pode ajudar até no futuro, quando a gente pensar numa questão do governo de Minas e até mesmo de presidência da República. Até porque fala-se muito no nome do Bolsonaro e do próprio Tarcísio. Em Minas nós entendemos que tem lideranças as mais diversas, mas nós estamos buscando ter o apoio do governador Zema também. Vamos conversando com ele, com o vice-governador, já recebemos uma sinalização muito positiva, porque nós também entendemos que para você fazer um governo de transformação, de mudança na prefeitura de BH, você precisará de ter uma relação de diálogo muito próxima com o governo do estado. Isso ajuda. Passar por obras estruturantes, como o novo anel viário e outras, obras importantes. Essa parceria vai passar da eleição municipal.

O próximo passo seria a presidência da Câmara?

Não. No calendário da macro política, passada a eleição municipal, temos também presidências de Câmaras Municipais, de Assembleias Legislativas e da Câmara Federal. A política é muito dinâmica. Acreditamos que é mais natural essa aliança com o PL e vindo naturalmente, fortalece o ambiente para discutir presidência de Câmara, desde a Câmara Municipal, passando pela Assembleia Legislativa até a Câmara Federal. Isso é natural. Agora, não faz sentido dizer que a gente vai fazer um acordo prometendo isso ou aquilo, até porque eleição de presidência da Câmara Federal não depende só do estado. É claro que o PL de Minas, que é a maior bancada de Minas, tem um peso indiscutível. O PL de Minas tem uma bela bancada. Somos 10 deputados federais e isso tem peso.

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