Logo
Blog do PCO

Uma nova fase para o setor aéreo em Minas

O setor aéreo foi um os mais afetados pela pandemia mas, passada a pior fase, brasileiros e estrangeiros voltaram a movimentar os aeroportos e a expectativa é a de que até o final do ano, a recuperação seja de 85% a 90% do que era antes da crise sanitária. Os cálculos são do CEO da BH Airport, empresa que opera o Aeroporto Internacional Belo Horizonte, Kleber Meira (foto). Mas um outro fator vai impactar esse setor no estado. A CCR, que é um dos três acionistas da BH Airport, venceu o leilão do aeroporto da Pampulha e os dois aeroportos devem atuar em sinergia, potencializando as vocações de cada terminal, segundo Kleber Meira.

O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, é hoje um dos principais do país, mas sofreu com a pandemia da Covid-19. Como está a situação, voltou à normalidade?

A pandemia da Covid-19 afetou profundamente pessoas e organizações, com impactos em diversos segmentos da economia em uma crise global. Com o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte não foi diferente. Logo nos primeiros meses, com o fechamento de diversas fronteiras e paralisação de muitas atividades econômicas, tivemos uma queda no número de operações e de passageiros. O cenário era desafiador e, junto com toda comunidade aeroportuária, estamos superando e otimistas com a retomada. Desde o início deste ano, com a chegada da vacina e o aumento contínuo da imunização da sociedade, o nosso terminal vem apresentando uma recuperação constante ao longo dos meses. Antes da pandemia, atendíamos 45 destinos, destes, 43 já foram retomados. Atualmente, estamos com 70% de recuperação das operações no nosso terminal. Em outubro, a previsão é que seja alcançada a marca de cerca de 700 mil passageiros. Os voos internacionais também seguem o mesmo fluxo de retomada. A Copa Airlines e a TAP Air Portugal aumentaram, recentemente, a frequência de voos no aeroporto. A Copa, desde julho deste ano, passou a operar aos domingos e às segundas e quintas-feiras. Já a TAP ampliou a frequência de voos no início deste mês, operando às segundas e quintas-feiras, sábados e domingos.

O resultado do leilão do Aeroporto da Pampulha, vencido pelo mesmo grupo que administra o Aeroporto Internacional Belo Horizonte, significa o fim da polêmica em torno da retomada dos voos comerciais na Pampulha?

A CCR é um dos três acionistas da BH Airport, junto com a Zurich Airports e a INFRAERO. E a CCR sempre defendeu a tese dos ativos trabalharem de forma harmônica e complementar. Portanto, nós acreditamos que o Aeroporto da Pampulha irá possibilitar sinergias, não só com o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, mas também com os demais ativos administrados pela CCR Aeroportos, potencializando as vocações de cada terminal, de forma a ampliar as oportunidades, gerar empregos e renda e impulsionar ainda mais a economia do Estado de Minas. Os acionistas da BH Airport são três, enquanto o futuro acionista da Pampulha será apenas a CCR. Logo, não é possível falar em uma integração. Mas acredito que será possível trabalhar de uma forma complementar que potencialize o setor aeroportuário de Minas Gerais.

O que se pode esperar após o resultado do leilão, vencido pela CCR. Já há algum projeto nesse sentido?

Essa é uma pergunta que precisa ser direcionada diretamente para CCR Aeroportos. Todavia, a expectativa de todos os stakeholders é que assim como já acontece no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, a concessão do aeroporto da Pampulha proporcione para os mineiros aeroportos funcionais, modernos e eficientes. A conquista traz ainda ganhos para a aviação executiva, associando-se às instalações comerciais. Portanto, em linha com as balizas do edital de concessão e com a vocação de um aeroporto localizado no centro da cidade, nós imaginamos que há espaço para a consolidação do melhor aeroporto de aviação executiva do país voltado, inclusive, para o exterior, juntamente com um complexo de manutenção para aviões de médio e pequeno porte e exploração de nichos na aviação sub-regional.

O governador Romeu Zema tem falado na sinergia entre os dois aeroportos para que eles sejam um indutor do desenvolvimento do estado. Esse é o objetivo do grupo CCR?

Sendo a CCR uma das acionistas da BH Airport e reconhecendo a seriedade e profissionalismo do Grupo CCR na gestão de concessões no segmento de infraestrutura, acredito que a concessão do Aeroporto da Pampulha ao Grupo CCR abre uma nova oportunidade para o segmento de infraestrutura e logística, que favorecerá a todo o Estado de Minas Gerais e ao Brasil. É, sem dúvida, um ganho para Minas Gerais.

O Aeroporto Indústria é outra aposta da BH Airport. A retomada lenta da economia está sendo um problema para a sua expansão?

A pandemia e, consequentemente, a crise econômica global, nos fez buscar alternativas e adequar nossa estratégia para desenvolver o Aeroporto Indústria. A crise não nos paralisou, pelo contrário, nos estimulou a buscar novas alternativas junto a setores que estavam em plena atividade, em crescimento, como energia solar, mobilidade e ciências da vida. Estamos na fase intermediária do projeto, criada para nos adaptarmos ao atual momento, e que contempla a construção de mais uma etapa do aeroporto já no primeiro semestre de 2022. A estratégia tem funcionado e temos nessa fase a parceria de empresas desses setores. Ou seja, este momento é encarado como uma oportunidade de olharmos de forma mais ampla para novas possibilidades de negócios, que é suportada pelo Governo de Minas, pelo INDI (Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais) e pela FIEMG que nos apoiam na busca por empresas que tenham o perfil que buscamos.

Quais as expectativas em relação ao Aeroporto Indústria e quais as metas estabelecidas?

As expectativas são de crescimento de negócios no médio prazo, alinhado com o plano de expansão do Aeroporto Industrial que vai nos possibilitar a construção de aproximadamente 60.000m² de infraestruturas adicionais, para acomodar novos empreendedores. Estamos em negociação com 14 novas empresas para consolidar este plano nos próximos 3 anos. O Aeroporto Indústria é uma importante ferramenta de captação de negócios, que tem o apoio do Governo do Estado de MG, do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte e seus acionistas, e ainda conta com toda sinergia do ecossistema existente em nosso aeroporto.

Temos o feriado do Dia 12 de Outubro e outros feriados até o Natal e Ano Novo. Há uma sinalização de que essas datas possam ser importantes para impulsionar o setor de aviação?

Os feriados são datas de extrema importância para alavancar os números de retomada do aeroporto. No feriado de 7 de setembro, por exemplo, tivemos um fluxo de movimentação, entre os dias 3 e 8, de cerca de 125 mil pessoas, o que representa 20% do total que era esperado para todo o mês. Já para esse feriado do dia 12 de outubro, o fluxo deverá ser de 110 mil passageiros entre os dias 8 e 13 do mês, valor 48% maior que em 2020. Para dezembro, com os feriados de Natal e Ano Novo, as expectativas também são positivas. A retomada das operações no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte estará em pleno vapor.

Com que números a BH Airport trabalha para fechar 2021 e as perspectivas para 2022?

A expectativa para dezembro é que o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte consiga alcançar a recuperação das operações do terminal entre 85% a 90% do que era registrado antes da pandemia. Para esse período de fim de ano, esperamos oferecer aos nossos passageiros 45 destinos, incluindo novas rotas, como Lençóis, na Bahia. Para 2022 a expectativa é alcançar a marca de aproximadamente 10 milhões de passageiros e retomar 100% das operações. (Foto reprodução internet)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *