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Empresário defende direito de empresário financiar campanha de quem defende o setor produtivo

Paulo César de Oliveira
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O governo tem comemorado a retomada da economia e os ajustes nas projeções para este ano e o ano que vem. Mas nem todos estão tão otimistas. Alguns setores demoram mais a sentir os efeitos dessa melhora, porque dependem da reação de outras cadeias do setor. Este é o caso da JAM Engenharia de Ar Condicionado, do empresário Joel Ayres Motta(foto). Enquanto o setor da construção, um dos diretamente ligados a sua área não apresentar um crescimento sustentável, para Joel o jeito é hibernar e não se endividar. 

 

O ano de 2017 está acabando. Para os empresários, como este ano foi melhor do que 2016?

Esse ano foi o de hibernar, sobreviver, aguardar, tentando não se endividar para que tenhamos oxigênio, esperando também que ocorra o que estão projetando que vai acontecer.

 

Mais obras, mais investimentos?

A partir do momento em que você abaixa os juros no banco, a tendência, que as pessoas retirem o dinheiro da poupança ou da aplicação e invistam no mercado para auferir mais lucro. Com o dinheiro circulando, nós retomamos com as obras e nós voltamos a prestar serviço para essas construções. Nosso termômetro está diretamente ligado ao PIB.

 

O que se observa é que os empresários estão deixando de delegar, para participar diretamente das questões políticas. O Amôedo será candidato pelo Partido Novo, o Zema fala em ser candidato em Minas Gerais. Os empresários vão deixar de financiar campanhas para serem candidatos?

Eu sempre falei que a questão política, de se ter uma pessoa que te representa na política, nunca foi exercida por nenhuma entidade de classe. Nós engenheiros não temos um representante lá. Os advogados não têm um representante lá. Vários outros setores não estão representados. Nós temos que financiar o nosso representante na política. Se o empresário quer se candidatar, e se nós entendermos que ele vai representar a nossa entidade de classe, entendo que ele seja bancado por nós que queremos ter alguém e na hora H, esperamos que ele não se venda para votar a favor de uma emenda, ou aceite a pressão de determinada bancada e entre nesse esquema de troca de favores. Não se venda aos interesses do governo ou da oposição. Mesmo porque, a oposição não raciocina, ela é oposição para as coisas boas e as ruins. Ainda falta muito senso para que as pessoas votem com seriedade. Isso é até repetitivo, mas os parlamentares votam olhando para o próprio umbigo. Acho louvável termos representantes das áreas que cada um trabalha, atua.

 

O Banco Central fez uma nova projeção para o PIB aumentando a expectativa de crescimento. O senhor está percebendo esse crescimento?

Não. O meu ramo especificamente tem um hiato, ele começa a se recuperar de seis meses a um ano após a construção civil ou a economia se recuperar. Como eu mexo com sistema de ar condicionado central, o meu cliente terá que começar a obra e nesse empreendimento, ele vai levar de seis meses a um ano para contratar os meus serviços. Então o processo é esse, a economia tem que voltar a crescer para que o meu setor sinta essa melhora.

 

Ano que vem é um ano eleitoral. Dos nomes colocados até agora, algum deles parece ter condições de colocar a casa em ordem e melhorar a economia do país?

A economia, na minha opinião, está em boas mãos. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é uma pessoa que tem um amparo técnico e uma credibilidade para tocar a economia do nosso país. Tecnicamente ele faz tudo que eu concordo, que considero correto.

 

Seria um bom candidato à presidência?

Aí eu acho que é misturar as coisas. Fernando Henrique Cardoso era um bom nome para a presidência? Ele não era economista, mas foi ministro da Fazenda. Em relação ao Henrique Meirelles, não seria queima-lo falar em uma candidatura? O bom presidente consegue conversar com o Congresso e com a Câmara. Não se pode exercer a função de presidente da República sem domar os parlamentares. O Temer faz isso com maestria, seja no trabalho de convencimento, seja comprando os votos, mas ele faz muito bem. Essa reforma da Previdência urge. Mas aí tem o PSDB que está inventando moda falando que ora apoia, ora não apoia o governo. Parece que estou dormindo e tendo um pesadelo.

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