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Esquecer o governo. Cada um fazer a sua parte. Este é o caminho para sair da crise

Paulo César de Oliveira
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As medidas que a presidente Dilma Rousseff e sua equipe econômica têm adotado para estimular a economia, não estão encontrando ressonância. O setor produtivo considera as medidas insuficientes e que elas estão focadas apenas no aumento da carga tributária. Para o empresário e deputado estadual Bráulio Braz (foto) esse caminho não é bom, nem mesmo para o governo. O efeito das medidas acaba forçando o fechamento de empresas e a uma série de outras consequências dramáticas para a economia, como o desemprego e a queda na arrecadação.

 

As medidas que o governo Dilma tem anunciado para estimular a economia estão alterando o ânimo e melhorando o humor do setor produtivo?

Estamos vivendo um momento de insegurança institucional muito grande. A falta de credibilidade do governo traz insegurança para a sociedade como um todo. Esse é um problema sério. A impopularidade da presidente Dilma vem do desmando na economia, das intervenções na economia. Essas medidas é que levaram a esse caos. Nós estamos sofrendo com os problemas também em função da necessidade do governo em fazer receita, aumentando os impostos. Tem ainda o estrago causado na Petrobras, uma empresa que sempre foi uma bandeira, um patrimônio do país. Os desmandos na Petrobras trouxeram o enfraquecimento da empresa e agora o governo tem a necessidade de vender o combustível muito mais caro. O combustível no Brasil é mais caro do que no resto do mundo e está impedindo a economia de caminhar. Esses preços absurdos param a economia.

 

Há um caminho para sair dessa crise. É possível driblar essas dificuldades e encontrar alternativas, independente do governo?

O Brasil já teve situações difíceis, mas a sociedade criou condições para sobreviver e crescer. Do jeito que está acontecendo agora, está difícil porque o governo está ávido por impostos. Os altos preços cobrados na energia elétrica e nos combustíveis é que estão gerando inflação. Temos muitos produtos. Quando se tem muita oferta, não há porque se ter inflação. Estamos vivendo uma situação delicada e não temos uma expectativa de quando irá melhorar. Com certeza vamos procurar um caminho, sem precisar ficar dependendo do governo. Não podemos ficar a vida inteira dependendo dos nossos governantes. Cada um tem que fazer a sua parte.

 

Essa decisão do governo para tentar equilibrar as contas com o aumento de impostos pode ter um efeito contrário do desejado?

A população não aguenta mais. Tanto que quanto mais o governo aumenta os impostos mais o efeito é o oposto. Diminui o consumo, diminui a produtividade das empresas e consequentemente a arrecadação de impostos cai. E nesse caso, com a arrecadação menor, o governo federal tem o déficit orçamentário maior. Mas essa situação afeta também os estados e municípios que passam por dificuldades. A economia está cada vez mais difícil.

 

As medidas tomadas pela presidente Dilma podem melhorar a economia?

Eu entendo que se a sociedade, os empresários e o setor produtivo como um todo, trabalharem despreocupados com as atitudes do governo, a tendência é a de melhorar. Se o governo continuar a intervir na economia, como tem feito, gerando inflação, fabricada pelos altos custos dos serviços públicos, como dos combustíveis; com o descontrole do preço da energia elétrica, e ainda com os impostos sobre esta energia , onerando muito a produtividade no Brasil, o quadro geral da economia não melhora. É por isso nós temos inflação. A inflação é sempre a desculpa para a retração. Mas para mim não é a resposta adequada para essa situação. Os custos públicos também são enormes. O governo precisa ter coragem. A presidente Dilma pode com decretos, reduzir o custo da máquina pública. Seria um grande passo no caminho da economia, gerando o crescimento.

 

A economia do país está paralisada?

Sim. É isto que está acontecendo. Nós entramos em um processo de paralisia da economia. Nós não estamos voltando despreocupados para casa no final de um dia de trabalho. Nenhum de nós. Nenhum trabalhador está tranquilo. Mas acredito que tudo tem começo, meio e fim. Talvez agora, mesmo com a economia funcionando em um patamar bem inferior, bem abaixo do desejado, quem sabe nós conseguimos pavimentar um caminho para crescer futuramente.

 

Aos leitores,

Esta entrevista do empresário e político Bráulio Braz abre uma série de três entrevistas e um artigo que serão publicados durante o período de Carnaval. A partir de quinta-feira o BlogdoPCO retoma seu ritmo normal. A todos um ótimo Carnaval. Muita alegria e paz.

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