Após longos anos tramitando no Congresso Nacional, o projeto que legaliza os jogos de azar foi aprovado na Câmara Federal e agora será analisado no Senado. Os seus defensores listam uma série de pontos positivos para a economia, como a atração de grandes investidores, geração de emprego e renda e milhões e milhões de reais entrando nos cofres do Estado. Durante a tramitação da matéria, o governo deu demonstrações de que tinha interesse em aprová-la, mas depois, para agradar a bancada evangélica, o presidente Jair Bolsonaro disse que pretende vetá-lo, se aprovado também no Senado. Mas o deputado estadual Alencar da Silveira Jr (foto), um defensor da liberação dos jogos, disse que essa foi uma longa espera, que durou mais de 30 anos.
O senhor está otimista em relação a votação do projeto que torna sem efeito a lei de 1946 que proibiu os jogos de azar?
Há 30 anos eu falo para legalizar. Agora foi aprovado na Câmara Federal e segue para o Senado. Acho que no Senado não vai mudar muita coisa. Está na hora de arrecadar, de buscar recursos, gerar emprego. Acho que o Brasil tem belezas naturais e bons locais para receber gente do mundo inteiro.
De onde virão os investidores, já que para muitos, no Brasil não tem empresários com recursos para bancar esses investimentos?
Vem investidores de fora, não tenho dúvida disso. Já quando se fala em jogo de bicho, vai continuar na mesma, vai tirar da clandestinidade. Quem explora vai continuar explorando, vai diminuir a corrupção e tudo que leva o jogo ilegal a ter. O Brasil só tem a ganhar, inclusive com o reconhecimento dos trabalhadores do jogo, após dadas as permissões. A fiscalização também terá que existir. Não pode é fechar com uma empresa só. Belo Horizonte e todas as cidades interessadas têm que fazer as concessões.
Minas Gerais já foi um estado conhecido pelos cassinos, grandes hotéis que exploravam os jogos. É possível voltar a esse tempo?
Nós já tivemos cidades que foram polo de jogos. Cidades que têm belezas e que podem abrigar esses empreendimentos. O que não pode ter é um cassino no centro de Belo Horizonte. Sou contra qualquer tipo de atividade nas grandes capitais. Nós temos que ter uma área de cassino, que vão gerar empregos e recursos para as cidades. As pessoas têm que buscar essas cidades para que elas possam desenvolver as suas economias. Vamos voltar com aquele projeto dos jogadores compulsivos, que terão que ser afastados dos cassinos, por isso a necessidade de uma fiscalização.
O Brasil movimentaria hoje, com jogos ilegais, R$ 27 bilhões/ano. A legalização pode levar esse recurso para os cofres públicos e em volume ainda maior?
Esse movimento todo que tem na clandestinidade virá para a legalidade.
Após a aprovação o senhor acredita que os investidores virão de forma rápida?
Tenho certeza absoluta de que empresários de outros países, que já são ligados aos jogos virão para cá. Nós também termos condições de arrecadar com as apostas esportivas. Hoje o Brasil não arrecada nada e vamos ter condições de faturar nas cidades, por isso a necessidade de credenciamento para atuarem aqui, senão elas irão continuar em outros países sem nada para aqui. (Foto reprodução internet)