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Guilherme Duarte: Copasa tem investimentos recorde em Minas Gerais

A Copasa registrou um lucro líquido de R$ 843 milhões em 2022, contra R$ 537,6 milhões em 2021. O crescimento chegou a 56,9%. A estatal fechou o ano com o maior investimento de saneamento nos últimos cinco anos, com R$ 1,35 bilhão em obras de construção e ampliação de abastecimento e esgotamento sanitário em todo o estado. Os números foram apresentados pelo presidente da companhia, Guilherme Duarte (foto), que anuncia que para os próximos cinco anos o plano de investimento da Copasa é superior a R$ 9,1 bilhões.

Os últimos resultados do balanço da Copasa surpreenderam. Quais foram os principais destaques?

Nós temos o recorde de investimento nas nossas estruturas, tanto de saneamento, quanto de abastecimento de água da ordem de R$ 1.3 bilhão no ano de 2022. Isso representa um crescimento de 30% em relação ao ano de 2021 e um crescimento ainda mais significativo em relação aos anos anteriores. Isso significa que a companhia está conseguindo acelerar seus investimentos para cumprir com as metas impostas pelo novo Marco do Saneamento 2033. A população de Minas Gerais passa, então, a ter uma maior cobertura de água tratada e uma maior cobertura de esgoto tratados.

A Copasa atende hoje a quantos municípios em Minas?

A 620 municípios.

Um estudo aponta Belo Horizonte como uma das capitais com menos investimentos nos últimos anos. O que que é prioritário para a Copasa?

Sem dúvida. Na verdade, o estudo pega algumas informações nossas e as traduzem no indicador próprio do instituto que divulgou. É bom esclarecer que a Copasa atende em Belo Horizonte a 100% da área formal com cobertura de água tratada. O que isso quer dizer? É que 100% das áreas regularizadas em Belo Horizonte recebem rede e tem disponível água tratada aqui na capital. Um indicador do estudo pode trazer uma visão equivocada se ele estiver considerando, por exemplo, áreas de crescimento desordenado ou aglomerações em vilas, ou situações de irregularidade nas quais a Copasa tem que trabalhar junto ao município para a sua regularização e entrada da nossa estrutura e do nosso investimento. Existe uma verba já aprovada, contrato assinado e estamos em vias de iniciar os investimentos para atendimento da ocupação Izidora da ordem de R$ 30 milhões esse ano. Carece, no entanto, o avanço na regularização dessas áreas para que a nós possamos entrar.

Existem muitas áreas de ocupação desordenada em Belo Horizonte?

É difícil falar, mas não devem ser poucas, principalmente em áreas de vilas e aglomerações.

Com a prefeitura como é que é feito esse mapeamento e como vocês estão trabalhando nessa questão?

Nós trabalhamos sempre muito próximos da prefeitura para realizar, a contento, os investimentos em Belo Horizonte. É importante destacar que no ano de 2022 não tivemos nenhuma crise de abastecimento em Belo Horizonte, nossos reservatórios estão cheios, garantindo também tranquilidade para o ano de 2023 e isso impacta, na verdade, toda a região metropolitana de Belo Horizonte. Também não faltam investimentos e esforços para que a Companhia acompanhe o crescimento desses municípios, mas sempre dependendo dessa parceria junto ao município para regularização das áreas.

Em relação a Lagoa da Pampulha, como a Copasa está trabalhando para melhorar a qualidade da água?

Na verdade, no ano de 2022, no segundo semestre, nós celebramos um convênio junto às prefeituras de Belo Horizonte e Contagem, para uma ação de recuperação da lagoa em âmbito geral. Cabe a Copasa a ampliação das suas redes de coleta e tratamento de esgoto nessa região. A Copasa não adentra no aspecto direto de despoluição da lagoa, mas a gente tem que atuar para impedir que esgoto não tratado continue sendo lançado. O recurso a ser investido nessa ação conjunta, de R$ 146,5 milhões, é proveniente da Copasa, que já iniciou os investimentos para ampliação das suas redes de coleta de esgoto nessa região. E aí, mais uma vez, nós chegamos no mesmo problema de áreas irregulares, que não são poucas aí entre os municípios de Belo Horizonte e Contagem, nas quais dependemos sempre da parceria do município para a regularização para que a Copasa possa entrar com as suas redes. Além disso, é importante destacarmos que a responsabilidade da Copasa, do ponto de vista legal, é disponibilizar a rede na porta do cidadão para que ele tenha seu esgoto coletado e o fornecimento de água. A Copasa não detém o que nós chamamos de poder de polícia, de obrigar o cidadão a se ligar. Nesse sentido, também é sempre importante, contarmos muito com a parceria dos municípios- no caso da Pampulha, de Belo Horizonte e de Contagem- para sensibilização da população da importância de que eles se conectem às nossas redes para recebimento de água tratada, que é importante para a saúde da população, e para que eles deixem de descartar o esgoto de forma ilegal e passem a se conectar às nossas redes, passando assim a ter um esgoto devidamente coletado, que vai ser levado até as nossas estações de tratamento para ser devidamente tratado. A própria atuação da Copasa na diminuição de lançamentos indevidos de esgoto, sempre depende muito da parceria com o município, das vigilâncias sanitárias municipais, dos órgãos ambientais é até de órgãos de controle como o Ministério Público, que eles sim, podem chegar até o cidadão de uma forma mais afirmativa, para que eles se conectem à nossa rede a partir do investimento que a gente realiza.

O lucro líquido no quarto semestre foi 56,9%, maior que em 2021. Isso quer dizer que a Copasa é uma empresa que está dando lucro?

Sem dúvida, esse resultado do quarto trimestre mostra que a companhia tem de fato uma saúde financeira muito boa e esse esforço em manter uma companhia mais eficiente, do ponto de vista financeiro, permite que a gente consiga avançar com os investimentos em montantes cada vez maiores para ampliar a nossa rede de abastecimento e a nossa rede de coleta e tratamento de esgoto. Os números são decorrentes inclusive de um esforço interno muito grande em reduzir os custos da companhia, mas sem perda da sua competência e qualidade técnica de atendimento. Mas melhorar as nossas contratações, tornar mais eficiente os nossos processos de compra, tornar mais racional da nossa aplicação de recursos, sobrando, então, recursos para investimento, que é o que traz um retorno efetivo para a população. Para os próximos 5 anos, de 2023 a 2027, nós temos um plano muito ambicioso de investimentos, da ordem de R$ 9.1 bilhões. Apenas para o ano de 2023 o nosso plano de investimento é superior a R$ 1.7 bilhão demonstrando, de fato, o esforço da companhia em investir cada vez mais para melhorar a prestação de seus serviços. (Foto/reprodução internet)

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