O primeiro ano do terceiro mandato do presidente Lula trouxe algumas boas surpresas para o setor mineral, como a nomeação do ministro Alexandre Silveira. O entendimento é do presidente do Conselho Deliberativo do Sindicato da Indústria Mineral do Estado (Sindiextra), José Fernando Coura (foto/reprodução internet), que considera que o ministro tem um bom entendimento dos problemas do setor mineral.
Esse primeiro ano do terceiro governo Lula, como foi para o setor mineral?
Eu entendo que o governo tem uma boa compreensão do que é o setor mineral. Sabemos que o setor mineral, mais o setor agropecuário, é que estão sustentando o Brasil, sustentando a nossa balança comercial, consequentemente, seguram a inflação. Ele nomeou um ministro de qualidade para o nosso setor, que é o Alexandre Silveira, um mineiro que tem origens do Vale do Rio Doce. Apesar de ser de Belo Horizonte, a origem dele é no Vale do Aço, e ele conhece muito bem e sabe a importância da mineração e da siderurgia no Brasil. Só posso apostar que vai melhorar. Tenho muita confiança. O governo tem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também surpreendeu positivamente. Acredito no governo.
No início do governo o senhor chegou a se reunir com o ministro Alexandre Silveira. Daquela conversa para cá, houve evolução?
Nós queríamos, na verdade, apresentar para ele o quadro da mineração. Ele nomeou uma equipe muito boa. O secretário de geologia é um rapaz de excepcional qualidade técnica e profissional. Nós não queremos nada. É só o governo não atrapalhar, é tudo o que nós queremos.
Teve toda essa discussão na Cop28. A mineração está incluída entre os setores discutidos?
Está, porque a mineração é relativamente emissora do gás de efeito estufa. A mineração tem feito um trabalho muito grande com as suas áreas preservadas, com os investimentos em energia alternativa, energia fotovoltaica, utilização de caminhões elétricos, utilização de correias transportadoras no lugar de caminhões. Acredito que dentro de pouco tempo nós seremos credores de gases de efeito estufa.
O setor está tendo problemas com o efeito China?
Está afetando o preço das commodities. Não são todas, mas tem commodities com problemas. O problema agora está sendo com o aço, porque o excesso de produção na China, que está colocando muito aço no Brasil, está prejudicando a cirurgia nacional, essa que é a preocupação maior.