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José Santana de Vasconcelos: direita precisa se organizar para enfrentar Lula em 2026

Paulo César de Oliveira
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José Vasconcelos

Um dos principais políticos de Minas Gerais, o ex-deputado José Santana de Vasconcelos(foto/reprodução internet), decidiu não disputar mais, após cumprir 10 mandatos parlamentares, quatro como deputado estadual e seis como federal. Ele acompanhou os principais momentos da política mineira, desde o governo de Juscelino Kubitschek, de quem era amigo. Filiado ao PL, ele defende a união dos partidos de direita para lançar um nome capaz de derrotar Lula em 2026. O país está desorganizado, segundo ele, e precisa de alguém com pulso firme. Não será mudando o regime para semipresidencialista, como estão defendendo alguns, que, para ele, o país sairá da situação em que se encontra.

Foi apresentada uma proposta no Congresso Nacional, de mudar o regime para o semipresidencialismo. O Brasil já caminha para esse regime?

Eu acho que é muito difícil mudar o regime em que nós vivemos, que não chega a ser semipresidencialista, estamos em um regime presidencialista. Agora, esse governo está deixando muito a desejar. A administração não muda com um decreto, como o governo tem feito. Eu acho que muda com seriedade, com equilíbrio, com prudência. Eu acho que as forças que não são da extrema esquerda, deviam se unir com o mesmo propósito e na hora certa. Todos unidos com o mesmo propósito e, na hora certa, encaminhar um nome para presidente capaz de organizar esse país. O país está muito desorganizado. Por isso eu acredito que esse projeto para mudar uma forma de regime não passa. Ele precisa de uma votação expressiva, primeiro na Câmara e depois no Senado. Não é um processo fácil. E não é o caminho para o Brasil. O Brasil está precisando é de organizar a casa. Não só no Executivo, no Judiciário também. Eu não culpo o Judiciário pelos excessos. Eu culpo o Senado de não ter dignidade e a grandeza de cumprir o que está na Constituição, que dá a ele todos os poderes para coibir os excessos. Compete ao Senado, pela nossa Constituição, e eu fui Constituinte, coibir os excessos não só do Judiciário como do Executivo e do próprio Legislativo. E ele não tem cumprido o que a Constituição determina.

Temos um Congresso com mais poderes do que tinha antes. Atualmente, o Congresso está mais interessado nas emendas do que no país como um todo?

Não, não acredito. Eu acho que o Congresso tem cumprido com a sua função. As emendas são necessárias. Elas estão resolvendo o problema lá de Caputira, do Matipó, lá daquela cidadezinha pequenininha, que tem no Brasil inteiro e que ninguém pensa nelas. Lembro de uma vez, em que o presidente Fernando Henrique me ligou, e disse “você está contra mim”, porque eu era líder da bancada e o encaminhamento das votações não estava como ele queria. Eu aprendi que só tem duas maneiras de fazer política: votando contra, subindo na tribuna, agredindo o Executivo e ganhando manchetes dos jornais e, consequentemente o voto, ou estar ao lado do Executivo, votando aquilo que é interesse do país. Muitas vezes é desgastante, mas estávamos cumprindo com o nosso dever e tínhamos o respeito do Executivo. É isso, ou você apoia o governo, mesmo com os desgastes que tem, mas votando aquilo que é interesse do país. E você sabe que a oposição faz oposição a tudo. Agora, emenda é pública. Não tem nada escondido, ela está no orçamento e ajuda os municípios.

O senhor disse que terceiro mandato do presidente Lula está meio decepcionante? Esperava-se mais dele?

Eu acho que deixa muito a desejar. Ele mesmo falou esses dias que o povo tem razão de estar se voltando contra ele, porque ele não estão cumprindo nada que prometeram durante a campanha. Ele mesmo falou. Que não está bem e não está mesmo. Tem que ter comando e não está tendo um comando. Uma vez, Juscelino perguntou como estava o governo de Israel Pinheiro. Respondi que nós pegamos o governo muito ruim. Ele então disse que se o governo estivesse bom, nós teríamos perdido. O que precisa é ter comando, um comando único. Ter pessoas capazes para cumprir aquilo que foi determinado. Eu acho errado o governo com um número excessivo de ministérios. Você vê que ele (Lula) dobrou o número de ministérios para cumprir aquilo que ele prometeu durante a campanha, nos acordos que ele fez com os partidos políticos. Eu acho que não é um bom caminho. A primeira-dama Janja também atrapalha muito. Ela dá opinião que não deve. Ela cria problemas e, infelizmente, o presidente da República não pede que ela se ocupe nas funções dela, de primeira-dama. Fui deputado por 10 mandatos, depois resolvi sair, não me candidatar mais. Fui quatro vezes deputado estadual e 6 vezes federal. Eu fui deputado constituinte.

Mas o senhor acha que a direita tem nome para contrapor o Lula em 2026?

É preciso unir todo mundo com o mesmo propósito, que é o Brasil. Eu acho que o Tarcísio de Freitas é um grande nome e o Ronaldo Caiado também. Caiado consertou o Goiás. O Estado está administrando, está uma beleza. É um estado pequeno, o recurso é pequeno, então tem que ter pulso, determinação e coragem. Se unirmos os grupos de direita, que não são ligados à esquerda, nós teremos chance de disputar de igual para igual com a possibilidade de vitória. Se unir em torno de um candidato único, que eu não sei quem, porque o dinamismo da política é tão grande, nós teremos chance. Mas Lula é muito maior do que o PT. O partido perdeu em Belo Horizonte com um vergonhoso, 2% dos votos, mas Lula ganhou em Minas.

Lula é um cara diferente, e para enfrentar um homem desses, você tem que estar preparado para escolher o melhor para disputar com ele. No momento, o adversário está fazendo uma administração que deixa muito a desejar para o Brasil. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi escolhido como o pior prefeito da história de São Paulo e o Lula o colocou no Ministério da Fazenda, comandando toda a economia.

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