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Lição para empresários que pensam em sobreviver no mundo dos negócios: não acreditar em governo nem em previsões

Os empresários do setor de serviços sentiram de perto os efeitos da crise brasileira. Muitas empresas encolheram ou deixaram de existir. Mas esses efeitos não foram tão devastadores para todos. Para alguns empresários, como Joel Ayres da Motta Filho (foto), ou só Joel Jam, a crise pode até ter passado próximo, mas não interferiu na dinâmica da empresa, que trabalhou em grandes projetos, inclusive na Vila Olímpica, e manteve a cartela de clientes fazendo algumas adequações para os serviços de ar condicionado e manutenção predial. A fórmula para passar por todas essas turbulências é: primeiro, uma boa dose de bom humor, consultar os astros e trabalhar sem prestar a atenção no que o governo está fazendo, porque Joel Jam diz que nunca acreditou nele.

 

O senhor é um dos poucos que conseguiu passar por 2016 sem sentir fortemente os efeitos da crise política e econômica. Qual é a fórmula?

Nós conseguimos sobreviver, porque eu falo que eu nunca acreditei no Brasil. Sempre sobrevivi também porque sempre fui pessimista com as previsões que faziam sobre o Brasil. Sempre fomos muito conservadores em termos de crescimento. A nossa fórmula para sobreviver a tudo o que está acontecendo no país é austeridade, custo baixo e sócio pobre. Empresa rica e sócio pobre. Essa é a fórmula.

 

O governo mais atrapalha do que ajuda?

Eu tenho certeza que o governo atrapalha. 2016 foi o ano da sobrevivência. E agora nós temos uma mudança de era astrológica. Estamos saindo da era de aquário e entrando na era de peixes. A era de aquário durou 2150 anos e agora, vem a era de peixes. Isso quer dizer que vivemos afogados até agora. O peixe vive respirando dentro da água, então, agora chegou a hora de respirar. Mas nós precisamos ver se será uma era de peixes ou de girino.

 

Mesmo nesse cenário a JAM apresentou crescimento?

Sempre fui reativo em relação a crescimento, nunca cresci para esperar o crescimento da economia. Eu sempre esperei o crescimento através de uma reação em relação ao crescimento da minha empresa, e não em relação ao cenário da economia brasileira. Em 2016 nós mantivemos os funcionários, não demitimos. Nós temos 1300 funcionários espalhados pelo Brasil, que trabalham na empresa, na prestação de serviços na área de ar condicionado e manutenção predial.

 

O senhor trabalha na área de prestação de serviços. Ela foi uma das mais afetadas pela crise?

Foi, mas nós, proativamente, procuramos os nossos clientes e propusemos algumas alternativas na redução de custo da prestação do serviço, até redução de pessoas, para mantermos os contratos.

 

A JAM trabalhou em grandes projetos em 2016. Algum foi adiado?

Não. Nós trabalhamos em grandes projetos, como nas Arenas Olímpicas, a Arena Carioca 1, 2 e 3, o Parque Aquático. Nós fizemos o projeto de ar condicionado do Parque Olímpico, o Meriot e o Pestana, vários shoppings centers Brasil afora. Ainda assim, a crise passou perto, muito perto. Dentro do back lock que tínhamos, isso é muito pouco.

 

Para 2017 a JAM terá outros grandes projetos para trabalhar?

Para este ano nós não temos grandes projetos. Vamos trabalhar com pequenos projetos. Temos poucos, temos que trabalhar para trazer mais.

 

Qual a expectativa para 2017?

A minha expectativa para 2017 era esperar o fim de 2016. Feliz ano novo e triste ano velho. Eu sempre falei que todas as previsões para mim seja econômica, seja financeira, precisam de tarólogo, cartomante, astrólogo. A única coisa que quero é estar vivo para poder trabalhar.

 

Há uma expectativa para que no segundo semestre de 2017, a economia brasileira volte a crescer. A sua empresa trabalha também com essa expectativa?

Não acredito em nada. Tudo o que falam, entra em um ouvido e sai pelo outro.

 

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