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Luísa Barreto: Uma nova fase no governo

Os mais de três anos e meio de governo Zema foram marcados por turbulências. A maior parte delas trágicas, como o desastre de Brumadinho, que aconteceu bem no início de sua administração. Depois veio a pandemia e a guerra. Como se não bastasse, os servidores estavam recebendo com atraso, faltava quitar o 13º deixado pela administração anterior, dívida com fornecedores, prefeituras e uma série de problemas, que tiveram que ser enfrentados. Uma das responsáveis por colocar a casa em ordem, a secretária de Planejamento, Luísa Barreto, acredita que ocorreram muitos avanços, mas ainda falta muita coisa a ser feita. O acordo de reparação da Vale é que está permitindo a realização de obras necessárias para o estado.

O governo pretende realizar várias obras, inclusive do Rodoanel. Apesar da polêmica o Rodoanel sai do papel?

O Rodoanel é uma demanda importantíssima. É uma demanda da sociedade mineira, em especial da sociedade da região metropolitana de Belo Horizonte. Os belorizontinos convivem com acidentes frequentes no Anel Rodoviário e sabem que essa via se tornou um risco para a segurança de quem mora ou transita pela região metropolitana. O governo formatou o projeto do Rodoanel, fez a licitação da concessão, tivemos uma empresa italiana como vencedora da concessão e agora, é assinar o contrato e partir para execução das obras, que são tão importantes e que, temos certeza, vão mudar o panorama não só de segurança nas vias, mas também de desenvolvimento econômico para a região metropolitana.

O metrô de Belo Horizonte como é que vai ficar?

O metrô de Belo Horizonte também, finalmente, está prestes a se tornar uma realidade. O edital da expansão do metrô até o Barreiro se encontrava no TCU para apreciação e o Tribunal, recentemente fez a liberação desse edital para que ele possa ser publicado. Da nossa parte, em Minas Gerais, estamos destinando recursos de mais de R$400 milhões para complementação das obras do metrô. Este recurso já está garantido por nós. Estamos colocando o recurso uma conta apartada, então, não há qualquer risco, porque o recurso que Minas Gerais vai destinar ao metrô não pode ser utilizado para qualquer outra finalidade. Acredito que em breve, até o final deste ano, nós já tenhamos a licitação e, finalmente, Belo Horizonte poderá ver o metrô chegar até o Barreiro. Com os recursos da Vale, nós temos a previsão da conclusão das obras dos hospitais regionais, já estão em andamento, e em fases diversas de execução. Pretendemos concluir todos os hospitais regionais até o final da próxima gestão. Nós temos vários recursos destinados a manutenção e melhorias de estradas, que é algo que precisa ser feito. Há uma necessidade muito grande deste investimento em infraestrutura e nós teremos obras muito importantes a serem feitas pela Copasa para ampliar a segurança hídrica na região metropolitana de Belo Horizonte. São investimentos dos mais diversos para beneficiar toda a população, em temáticas diversas, em saúde, educação, segurança e infraestrutura.

O primeiro mandato foi para colocar a casa em ordem e o segundo vai para ser para obras?

Quando chegamos ao governo em 2019, a situação era muito crítica e o primeiro passo realmente foi de colocar a casa em ordem, equilibrar as contas públicas e colocar salários em dia. Isso porque, sem o mínimo de equilíbrio não é possível avançar em nenhuma pauta. Agora, nós já conseguimos avançar na questão fiscal. No último ano, em 2021, tivemos o maior investimento em saúde e educação da história de Minas Gerais. Não só investimentos orçamentários, mas recurso efetivamente gastos e pagos. No segundo mandato, se esse vier, se a população mineira assim decidir, vai ser um mandato de entregas de melhorias cada vez mais profundas na prestação de serviços.

Os governadores já tiveram uma presença mais forte no Congresso Nacional. Falta um entendimento com as bancadas de Minas Gerais na Câmara e no Senado para garantir não só recursos, mas para evitar perdas para o estado?

Eu não vejo dessa forma. Vejo que o governo tem uma ótima relação com a nossa bancada federal. Tem trabalhado junto com os deputados federais permanentemente. Agora, nós temos uma situação política no Brasil que muda o equilíbrio de forças entre os Poderes, a partir do momento em que temos as emendas impositivas e a lógica de destinação de recursos pelos deputados. Isso muda um pouco a lógica. O jogo político acaba, muitas vezes, por ampliar de maneira positiva, algumas vezes, e algumas vezes de maneira negativa, mas amplia esse poder do Congresso e torna essas relações diferentes. Não vejo como uma falta de ação do governo. Os deputados também estão buscando a sua lógica, pensando na sua eleição e tem sua visão de mundo, de Brasil e colocam ali suas prioridades.

Como fica a situação em Mariana, após a divulgação dessa nota conjunta dos governos de Minas e Espírito Santo?

Nosso posicionamento, na verdade, não muda muito. É importante colocar isso, porque o governo vem buscando a mesma coisa desde 2019, querendo mudar um processo falido de reparação do desastre do Rio Doce. Nós chegamos ao governo em 2019 e 25 dias após o início do governo, aconteceu o desastre de Brumadinho. Isso foi algo que assoberbou o Estado e, tão logo percebemos a dimensão de Brumadinho, o governador teve uma preocupação muito grande em dar um novo olhar para o desastre do Rio Doce. Ele criou então, ainda em 2019, o comitê para Rio Doce e durante todo esse tempo a gente trabalhou para mudar uma lógica de atraso, de postergação, de falta de ação e de falta de resultados. Nós sentamos à mesa para fazer uma renegociação com as empresas, buscando reverter essa situação e, infelizmente, a postura da Vale, da BHP e da Samarco, foi uma postura de protelar ainda mais, de tentar fazer um acordo que não atendeu o nosso objetivo inicial, que era reverter a situação atual do desastre do Rio Doce, que é uma situação de muita discussão e pouca ação. Deixamos a mesa porque nós não faremos um acordo que piore a situação. Só vamos fazer um acordo se as empresas mudarem e melhorar a lógica de reparação do Rio Doce. As empresas, em algum momento, estiverem dispostas a conversar nestes termos. Agora nós vamos acionar a Justiça e buscar as melhorias que o pessoal do Rio Doce e de Minas Gerais merecem. (Fotos reprodução internet)

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