Os partidos políticos caminham para a formalização das candidaturas nas eleições municipais. Muitas irão ficar no meio do caminho, mesmo porque, diz a lógica política,” se não colocar dinheiro, não se consegue apoio de ninguém”. As eleições nas capitais são caras, os recursos escassos e se o candidato não tiver chances reais, não terá o nome formalizado. Na disputa em Belo Horizonte, já está se desenhando um segundo turno entre direita e um nome de centro-esquerda. O PDT aposta no nome de Duda Salabet, e, segundo o presidente do partido em Minas Gerais, Mário Heringer (foto/reprodução internet), essa é a candidatura com maiores chances. O PT, no seu entendimento, enfrenta resistência e não irá longe.
O PT tem pressionado para que as forças de esquerda desistam das candidaturas para apoiar Rogério Correia. Como está essa negociação?
Eu, na verdade, não acredito, que o Rogério tenha chance, nem com nosso apoio. A resistência ao PT é maior, não pelo Rogério, mas resistência ao PT é muito grande. A esquerda fica com o PT, mas a centro esquerda, o pessoal que pode ajudar com essa composição não fica mais. Então, é muito difícil acreditar que a gente abra mão da candidatura da Duda, que tem 50% mais de intenções de voto que o Rogério, para apoiar o Rogério. Eu tenho uma relação pessoal muito boa com o Rogério, mas eu acho que o Rogério está fazendo, na verdade, um papel até para favorecer uma ida ao segundo turno do Fuad. Isso porque a presença dele diminui o tamanho da Duda, e não transfere o voto da esquerda para a Duda, mas é ele agora que não vai para o segundo turno. Está difícil emplacar o Lula como eleitor mais forte nesse momento. O Lula também está com as suas dificuldades de aprovação. Essa última pesquisa mostra que ele subiu um pouquinho, mas a percepção da pesquisa de quem sustenta a popularidade do Lula, são os desempregados, os aposentados e as mulheres donas de casa. Ele perdeu o servidor público todo, que é muito complicado, pessoas que são os maiores formadores de opinião, porque são categorias organizadas. Então o Lula hoje, na minha opinião, tem que fazer um trabalho para recuperar a sociedade organizada. Na verdade, hoje, quem o apoia, são núcleos em que não são possíveis de se colocar lideranças construindo os caminhos para ele. Por exemplo: mulheres donas de casa, não existe uma liderança que as agrupe, que as agregue. Dos desempregados, também não existe. É uma massa fluida, que pode de uma hora para outra, mudar de lado e mudar o peso da balança. A parte organizada da sociedade já não está majoritariamente com ele. Então a gente tem que saber ponderar isso, exatamente para escolher as posições que vamos tomar e com quem vamos.
E com quem o PDT vai nessa eleição, com que partidos vocês estão conversando?
Estamos conversando com quem quer conversar com a gente. Mas uma coisa nós temos certeza: se não tiver ninguém, a gente vai sozinho. Isso já era uma decisão. Nós estamos conversando com a Ana Paula Siqueira, da Rede, que pode ser uma bela de uma companheira para a gente. Estamos conversando com o Solidariedade. Vamos caminhando para ver o que é que nós vamos construir. Mas eu acho que o melhor, para mim, era entender com o Rogério Correia e até com o PSD, que tem o Fuad, para fazermos um acorde de procedimento para o segundo turno.
Vocês estão apostando em quem no segundo turno?
Alguém da direita e, a Duda. A Duda, em todas as pesquisas nós temos, ela aparece sempre terceiro lugar, segundo lugar, terceiro lugar, mas os dois que estão na frente dela, o Tramonte e o Bruno Engler, que não têm uma diferença muito grande, acho que não vão sobreviver. Um vai engolir o outro. Pelo nosso campo social eu acho que a Duda tem chance do segundo. Só ela.
Essa será uma eleição cara?
O PDT é um partido de tamanho médio. O Fundo Eleitoral é pequeno e será dividido pelo Brasil inteiro.