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Blog do PCO

Produtor rural quer simplificação e até dispensa muito dinheiro

As expectativas em relação aos governos de Jair Bolsonaro e de Romeu Zema são muitas para os produtores rurais. Um dos pontos mais aguardados diz respeito a simplificação das concessões das licenças ambientais, segundo o presidente da Faemg, Roberto Simões. Ideias para facilitar a vida dos produtores não faltam. A nomeação da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e do seu secretário executivo, Marcos Montes agradou o setor e sinaliza que haverá uma sintonia maior do governo em relação as demandas do agronegócio brasileiro.

Nesse início de governo de Jair Bolsonaro as sinalizações do governo, inclusive da ministra da Agricultura Tereza Cristina, são positivos para o setor?

 

Esse momento para nós ainda é de expectativa. Não temos ainda algo consolidado. A primeira posição é que foi muito interessante para nós a nomeação da ministra Tereza Cristina e do secretário executivo no Ministério, Marcos Montes, que é mineiro e foi presidente da Frente Parlamentar da Agricultura. Nós ficamos extremamente satisfeitos. Em Minas estamos os preparando para ter os primeiros encontros com a secretária da Agricultura, Ana Valentini, com o governador Romeu Zema para nós estabelecermos um processo de ações positivas em prol do desenvolvimento de Minas Gerais. O caminho que está sendo tomado, por enquanto, nos parece correto. Outras áreas que também nos interessam muito são as áreas ambientais.

 

A questão ambiental é um problema?

Nós temos muitos problemas nessa área e parece que está havendo um entendimento maior que se deve fazer uma conjunção de produção com sustentabilidade e parar de ficar xingando e acusando um ao outro, porque isso não faz sentido. Nós temos é que buscar caminhos que nos levem no sentido de continuar preservando o meio ambiente. O Brasil é o país que mais preserva no mundo, pelos dados da Embrapa, inclusive já confirmados pela Nasa. Ninguém no mundo tem 67% de floresta nativa. Ninguém no mundo tem 30% de reserva dentro da fazenda. O produtor dedica 30% do seu patrimônio para preservar o meio ambiente. Não existe isso em lugar nenhum. Muitos brasileiros, como a nossa ilustre top model, Gisele Bündchen ficam falando contra nós, em detrimento do seu país, por falta de conhecimento. Ela pode entender muito de moda, de desfile, e entende, porque está riquíssima, mas de agricultura ela não entende coisa nenhuma e fica falando contra a gente. Isso não é papel de brasileiro.

 

Essa polêmica entre a ministra Tereza Cristina e a modelo Gisele Bündchen mais atrapalha do que ajuda?

Com certeza. Nós temos que buscar caminhos comuns. Não é jogando pedra, porque não vai resolver coisa nenhuma.

 

O governador Romeu Zema falou muito dos entraves ambientais durante a sua campanha eleitoral. O que precisa mudar?

Nossa primeira reivindicação é a simplificação dos processos. Pelo menos de 85% a 90% das nossas propriedades são micro e pequenas, com baixíssimo potencial poluidor. Simplificando, tiraria deles de 85 a 90% dos problemas. Fazer como? Da mesma forma que se faz uma declaração do Imposto de Renda. É algo simples. Em um formulário simples o produtor declara e recebe a licença para trabalhar. Depois, faz-se igual ao que acontece no Imposto de Renda, verifica-se se o produtor mentiu, se está errado e se tiver passivo, paga. Ficar tentando trabalhar com esse mundo de mais de 670 mil propriedades que foram identificadas em Minas Gerais, o governo não vai conseguir nunca. Por isso ficamos aí três anos, quatro anos esperando uma licença, uma outorga de água. São coisas que poderiam simplificar, mas parece que o burocrata do governo não aceita esse tipo de coisa. Ele quer ter o controle sobre uma situação em que ele não dá conta. Isso é ilógico. Nós não precisamos nem de muito dinheiro, de muito recurso. Nós precisamos é de simplificar.

 

Simplificar e fiscalizar?

Exatamente, fiscalizar. Mas é preciso parar com as multas da polícia de Meio Ambiente, que não conhece nada de meio ambiente. A polícia tem que trabalhar é com segurança. Quem deve fazer a fiscalização deve ser um inspetor, um agrônomo, um veterinário em alguns casos, mas não a polícia multar os outros simplesmente por não ter conhecimento nenhum da área. São coisas dessa natureza que precisam ser feitas. Nós já estamos marcando para conversar com a secretária.

 

A violência no campo sempre foi um problema e a liberação do porte de armas era uma reivindicação dos produtores rurais. O decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro está dentro do que o setor queria?

Nós somos favoráveis, desde que dentro de regras. Só os bandidos podem ter arma? Por que não podemos ter? Com responsabilidade, com treinamento nós somos favoráveis. Nós sempre pedimos isto para termos condições de nos defender.

 

Esse decreto inibe também as invasões do MST?

MST é outra conversa. Nós produzimos mais de duzentos milhões de toneladas de alimentos em 57 mil hectares, ou um pouco menos. Foram distribuídos para reforma agrária mais de 80 milhões de hectares de terras no Brasil. O que esse povo produz? Qual a estatística que se tem sobre isso? Nada. Eles estão é vendendo os lotes de novo para outra invasão. Tem gente que nunca precisou disso ou de coisa nenhuma recebendo lote, recebendo benefício. É preciso moralidade nessas coisas. Do jeito que está aí é enxugar gelo, além de gastar muito dinheiro.

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