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Minas quer ser tratada com respeito

As explicações e justificativas do presidente Michel Temer para a escolha do deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o Ministério da Justiça não convenceram o vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (foto), o Fabinho Liderança. O parlamentar pressionava para colocar um mineiro na pasta. Contrariado, rompeu com o presidente e disse que a partir de agora Temer sofrerá muitas derrotas na Casa. A insatisfação dele é também em relação aos coordenadores políticos do presidente, que ocupam o quarto andar do Palácio do Planalto, que vem recebendo muitas críticas. Coordenador da campanha de Minas, a segunda maior da Câmara, com 53 parlamentares, Ramalho garante que já tem o apoio de boa parte do grupo para um confronto com o presidente. Ou as reivindicações do estado recebem a mesma atenção das de Rio e São Paulo, ou o governo terá serás derrotas na Câmara.

 

O senhor endureceu o tom com o presidente Michel Temer.

Eu rompi com o presidente Temer. Se Minas Gerais não tem ninguém capacitado para ser ministro, não devemos apoiar esse governo. Já me reuni com 37 deputados de Minas Gerais e todos estão insatisfeitos com a decisão de Temer de indicar Serraglio. Ele tinha que prestigiar Minas Gerais. Poderia até ser um nome técnico, desde que fosse mineiro. O governo pode esperar um desembarque coletivo.

 

As reclamações do senhor se estendem também aos coordenadores políticos do presidente?

Eu acho que os articuladores têm que ser mais humildes, precisam procurar mais os parlamentares, ouvir mais porque, por enquanto, quem tem vencido no Congresso é o presidente Michel Temer. É ele que tem sido o articulador. Os parlamentares querem mudanças. Se depender da articulação política do quarto andar, a Câmara e o Senado não teriam tomado nenhuma medida até agora. Eles erram na arrogância, na falta de humildade. Cada parlamentar está ali e foi eleito pelo povo. Na maioria das vezes eles não são nem recebidos no quarto andar. Como vice-presidente da Câmara, eu posso afirmar que não sou vice-presidente do Palácio do Planalto, eu sou vice-presidente do Parlamento e vou lutar para que tenhamos um Parlamento justo, respeitado em todas as instâncias. O presidente tem que fazer com que essa equipe do quarto andar venha ajudá-lo, não atrapalhá-lo.

 

O fato do presidente ter colocado tantos amigos na coordenação política dificulta na hora em que se torna necessária uma mudança?

A questão de colocar e tirar depende do presidente. Tenho a minha opinião como parlamentar. Colocar ou tirar ministro é uma decisão do presidente. Eu tenho a convicção e já falei isso para ele, que Minas Gerais tem que estar participando desse governo e que nós não queremos nenhuma recriação de ministério. A bancada de Minas é totalmente contrária a qualquer aumento de ministério. Esse não é o momento de aumento de ministério. Quem quer reforma de ministério também não quer reforma da Previdência e não quer reforma trabalhista. Acima do espaço no ministério, Minas quer o espaço dela nas questões jurídicas, nas questões que o estado demanda, que é a dívida do estado e sobretudo as obras das BRs- 381, 367, a 251, o metrô de Belo Horizonte, além do ferroanel e o anel rodoviário de Belo Horizonte, que são urgentes. Se alegarem que algumas coisas dependem de recursos, garanto os recursos existem.

 

Qual é o projeto do ferroanel?

O ferroanel é um projeto que vai ajudar a toda região metropolitana e vai integrar um corredor para passageiros e com isso, tirar grande parte do trânsito de Belo Horizonte e da Região Metropolitana. Nós vamos exigir que esses projetos de Minas sejam tocados como os projetos de São Paulo e do Rio. Se Minas não tiver ferroanel, São Paulo e Rio também não terão. Não aceitamos mais sermos desrespeitado.

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