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Minas tem talentos e ambiente ideal para desenvolvimento de startups

A alguns anos, quem imaginaria que todas as operações bancárias poderiam ser feitas por um telefone que cabe na palma da mão? Que é possível contratar uma corrida igual ao do taxi por um aplicativo e se conectar com todo o planeta sem pagar uma conta de telefone absurda? O mundo mudou. As empresas mudaram e forçam as universidades a se adaptarem a esse novo momento que o mundo vive. As empresas tradicionais se renderam ao universo tecnológico e hoje caminham lado a lado, antenadas com as mudanças, que acontecem cada vez mais rápido. O subsecretário de Ciência e Tecnologia do governo de Minas, Leonardo Dias (foto), sabe o peso que essas empresas de tecnologia, as startups, têm atualmente. Para ele, Minas Gerais tem hoje o ambiente adequado para o desenvolvimento desta empresas, com jovens talentos e boas universidades, que formam mão de obra de qualidade. Cabe ao poder púbico incentivá-los e mantê-los no estado.

 

Pode-se dizer que as startups são uma parte importante da economia mineira?

Esse é um movimento mundial. O mundo acredita que a quarta revolução industrial é a conexão das empresas tradicionais com as novas empresas de tecnologia e Minas Gerais tem um cenário muito positivo. Tudo começou com o Google, que adquiriu uma empresa mineira, que estava dentro da UFMG de nome Akwan Information Technologies e mantem um centro de pesquisas em Minas Gerais há 15 anos, e isso foi o pilar para se iniciar com o boom das empresas de tecnologia. Ter um centro de pesquisa do Google em Belo Horizonte colocou Minas em um outro patamar e foi um fato muito importante para essa revolução. Disso surgiram várias startups de universitários junto com doutores das universidades. Surgiram várias novas empresas de tecnologia e que passaram a ter muito sucesso mundialmente. Eles também fundaram a São Pedro Valey em Belo Horizonte, que é a mais famosa do país.

 

Esse desenvolvimento se deu sem interferência do governo?

Isso tudo aconteceu de forma orgânica, praticamente sem investimento público nem privado, fruto do talento dos mineiros. Com a evolução desse movimento, tanto poder público quanto a iniciativa privada decidiram ter como estratégia de investimento esse tipo de oportunidade, que são as empresas de base tecnológica. Nesses últimos anos o mundo mudou. Dentre as empresas de maior valor na Bolsa de Valores, das 10 maiores empresas, seis são de tecnologia. São empresas que há 10 anos não existiam. A velocidade com que os negócios acontecem é muito alta e as oportunidades também mudam de caminho. Antigamente, o sucesso só vinha das empresas tradicionais e hoje, uma solução tecnológica pode virar um negócio de sucesso.

 

Por exemplo?

Temos o exemplo do Uber, que é um aplicativo que conecta os carros ociosos, à Airbnb, empresa que conecta quartos ociosos. Tudo isso é fruto de uma ideia e que veio para desestruturar a cadeia tradicional. O Airbnb fatura muito mais do que a rede Hilton de Hotéis e não tem um quarto, uma cama, uma arrumadeira. No Brasil, o Nubank, que é um cartão de crédito todo tecnológico, sem ter uma ação direta com o banco tradicional já tem um faturamento no mesmo nível dos bancos tradicionais brasileiros. São soluções simples, rápidas e que podem mudar em uma velocidade muito grande em determinado setor econômico.

 

Essas empresas de tecnologia estão entrando em todos os setores?

Depois que criaram o telefone celular, onde várias soluções estão na palma da mão, as coisas acontecem de forma muito mais rápida.

 

Como esse tipo de tecnologia funciona para empresas em um estado como Minas Gerais?

Essas empresas geram mais oportunidades. Nós vemos no setor agropecuário, no setor bancário. Nós vemos cada vez mais a necessidade de gerar produto com valor agregado. Com esse potencial que nós temos no estado de empresas tradicionais, casado com os talentos, nós avançamos muito. Minas Gerais é o estado com o maior número de universidades federais no país. São universidades de ponta produzindo muitos talentos. O nosso desafio é reter esse talento em Minas e para reter nós temos que criar um ambiente. E a maneira de criar esse ambiente é investindo em tecnologia, porque hoje o jovem entra em uma universidade e, muitas vezes, o curso que ele está cursando, daqui a cinco ou seis anos, pode nem existir mais, porque a velocidade com que as coisas estão acontecendo é muito grande. Ao mesmo tempo, as novas profissões não têm nem curso na academia. Hoje a formação do jovem tem que estar pautada no que o mercado dita. E como Minas é muito rica em mão de obra de qualidade nas universidades, nós temos uma oportunidade muito grande de investir nessa nova economia, que são as empresas de tecnologia.

 

Essas empresas recolhem quanto em impostos?

Nós temos aí o São Pedro Valey, que é uma comunidade de startups e que tem empresas faturando muito. Dez empresas faturam mais de bilhões/ano e geram emprego. Algumas delas atuam em nível global, como a Hotmart (plataforma gratuita para hospedar e vender cursos on line) , Simpla (plataforma online de eventos, venda de ingressos, promoção e administração de eventos), Méliuz (portal que disponibiliza, gratuitamente, cupons de desconto). São empresas que há 10 anos não existiam, que tem vagas de emprego em aberto, cada vez mais contratando. Surgiram novas empresas com uma velocidade muito grande e hoje, uma solução tecnológica é global. A base pode estar na nossa cidade, mas vale para o mundo inteiro. Isso é um diferencial competitivo muito grande. O que temos que fazer é investir cada vez mais nessa nova economia para que possamos ter um potencial cada vez maior no nosso estado.

 

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