Se 2015 foi um ano de desafios com a desaceleração do consumo devido a crise política e econômica do país, para 2016 o futuro é incerto. Para o Natal, o consumidor deve manter o consumo moderado, na avaliação do presidente da CDL, Bruno Falci (foto). Os gastos, em média, devem se limitar a quatro presentes e o valor de cada um não deve ultrapassar 89,53 reais. Para espantar a crise, a orientação de Falci é a do empresário se adequar, inovar e criar.
Como o consumidor tem se comportado neste ano de crise?
O ano de 2015 foi marcado pela desaceleração do consumo. E isso se deve, sobretudo, a piora dos indicadores econômicos. A inflação em alta está corroendo o poder de compra dos consumidores. Os juros elevados dificultam o acesso ao crédito, fator que inviabiliza a compra de produtos de maior valor agregado. Aliado a esses fatores, ainda temos o crescimento da taxa de desemprego em Belo Horizonte e na Região Metropolitana, que leva a diminuição da renda do consumidor e consequentemente à queda do consumo. E os dados da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) confirmam essa desaceleração. No acumulado do ano (Jan.15-Set.15), as vendas no comércio da capital registraram queda de -3,29%.
Para os lojistas, 2015 foi um ano de superar obstáculos?
2015 foi um ano de desafios. É impossível negar a piora dos indicadores econômicos, além da crise política e econômica em que o país está submerso. O empresário precisa é se adequar, inovar, criar.
Para as festas de fim de ano qual é a orientação para ajudar os lojistas a atraírem os consumidores?
Nossas pesquisas apontaram que os principais motivadores para efetivação de uma compra, de acordo com os consumidores entrevistados são: preço dos produtos e promoções, qualidade do produto, atendimento qualificado, ambiente agradável e formas de pagamento. Dessa forma os empresários devem investir nestas estratégias, preparando kits que são uma boa opção de presente, treinamento da equipe de vendas e oferecer bons produtos.
Esse vai ser mais um Natal de lembrancinhas?
Neste ano, o consumidor está com o orçamento mais apertado devido a atual conjuntura econômica, mas o apelo emocional da data é forte. A tendência é que os belo-horizontinos adotem um consumo moderado. Entretanto, ele não deixará de comprar. O tíquete médio dos seus presentes é que será menor. Pesquisa da CDL/BH realizada entre os dias 28 de outubro e 19 de novembro, com 337 consumidores da capital confirmam essa tendência. O levantamento apontou que cada belo-horizontino deve adquirir, em média, quatro presentes e o valor de cada um deles deve girar em torno de R$ 89,53. No ano passado, o tíquete médio foi de R$ 91,90.
Qual é a expectativa para fechar 2015 e para 2016?
O comércio sentiu muito com a desaceleração do consumo ao longo do ano. A expectativa da CDL/BH é que o setor encerre o ano com uma queda de -5,7%. E o cenário de 2016 ainda é de incertezas. A crise política está agravando a situação econômica do país, e enquanto esse impasse não for resolvido os negócios continuarão emperrados.