Passado o pior momento da pandemia, a expectativa é a de retomada da economia. Mas alguns setores tiveram paralisação de 100%, como foi o caso do setor de eventos, que impacta diretamente outros setores. E é esse o caso das roupas de festas e dos ternos, como pontua o empresário Salvador Ohana (foto), da Klus. Segundo ele, a demanda está melhorando e se chegar ao que foi em 2019 já estará de bom tamanho, mas além dessa demanda reprimida, está faltando tecido e até fivela para cinto.
Passado o pior da crise, como está o comportamento do consumidor?
A crise não passou por completo. Nós temos alguns consumidores, dependendo da faixa etária, que ainda estão preocupados em sair para comprar. Os mais velhos são os mais preocupados, mas, de modo geral, está começando a retornar as compras. Os casamentos estão começando de novo. Os noivos estão vindo comprar os ternos, os que cancelaram as festas estão resolvendo retomar com as festas e estão começando a comprar e a consumir. As festas tinham parado 100% e as pessoas, parado de comprar. As pessoas estão voltando a comprar roupas para algum evento, um casamento, algum aniversário ou alguma coisa assim. Se continuar tudo controlado, com a inflação no patamar de um dígito, porque o CDI está em 5% e está apontando para ficar esse mês acima de 6%, se o governo conseguir controlar a inflação e controlar um pouco essas crises políticas, acho que se eles deixarem a gente trabalhar, este ano a gente vai conseguir, até dezembro, um mercado pelo menos de igual a 2019.
2019 já não foi um ano muito bom, mas assim está servindo como base?
Não foi um ano muito bom, mas pegando o comparativo que os empresários, de modo geral, estão fazendo é em relação ao ano de 2021 com 2019, deixando 2020, porque o comparativo fica muito ruim, a base fica muito baixa. Se conseguirmos igual 2019 ou um pouco a mais, acho que já é satisfatório, para que entremos em 2022 com uma expectativa boa. Apesar de 2022 ser um ano também incerto por causa do ano político.
Com as eleições vêm mais complicações?
É outro ano complicado né! Normalmente. o ano político é um ano complicado, mas pior do que 2020, com cinco meses fechados não tem.
Muitos eventos ficaram represados nesse período e devem ser retomados com muita demanda. Será possível atender a todos?
O grande problema que está acontecendo no meu segmento, é que não está tendo tecido. Há falta de tecidos porque as importações diminuíram e em 2020 foi um efeito em cascata, todo mundo diminuiu. A produção da fábrica diminuiu. Não é porque está vendendo mais, é porque ele está menor e não consegue entregar os pedidos.
É o mesmo problema que está sendo enfrentado pela indústria automobilística. Tem muitos pedidos e poucos carros para vender?
Eu vou dar um exemplo: o cinto que é um é um acessório, nós temos o couro, mas não temos a fivela. Estão em falta nas lojas, de modo geral, o cinto masculino. A fábrica que faz a fivela diminuiu muito a produção em 2020 e para retomar demora um pouco. A retomada não é de imediato.
Há uma insegurança também em relação ao futuro da economia?
Há essa insegurança total em relação a econômica, mas se deixarem a gente trabalhar, nós vamos conseguir trabalhar, se tiver menos interferência, vamos conseguir trabalhar melhor e a população terá mais segurança para consumir. O aumento da inflação também é uma coisa muito ruim, mas de modo geral o comerciante está com expectativa de recuperar bem até dezembro, com pessoal já quase 90% vacinado. Tudo isso melhora. (Foto reprodução internet)