Esse ano foi particularmente traumático para a agricultura. A seca no início do ano e as geadas no inverso tiveram um efeito drástico nas produções, principalmente de grãos, segundo a secretária de Estado da Agricultura, Ana Valentini (foto). O resultado é que o PIB do agronegócio neste ano não chegará nem perto do crescimento de 2020, que em plena pandemia teve um aumento de 30%. Para 2021, o PIB não deve chegar a 1%. (Foto reprodução internet)
O ano de 2021 ainda sofreu o forte impacto da pandemia e com a alta da inflação. Como a agronomia mineira encerrou o ano?
Em 2020 para nós foi um ano excelente, apesar da pandemia. O PIB do agronegócio cresceu em torno de 30%, mas 2021 tivemos uma seca muito severa, além da geada e esses fatores complicaram e nós vamos crescer 1% ou 0,8% em relação ao ano passado. Mas esse resultado já era esperado pela bienalidade da produção do café. Mas a seca agravou a produtividade, principalmente dos grãos, em especial, do milho na segunda safra e isso complicou para todo o setor. Houve também o agravamento da situação devido a alta dos insumos, principalmente dos fertilizantes e defensivos e as dificuldades na oferta por questões logísticas provocadas pelo comércio internacional, aumento de custos e a inflação, que era esperada pelo alto aporte que foi feito na economia. Para 2022, nós esperamos que a situação se estabilize um pouco e tenhamos uma boa safra de café para ajudar nosso estado a recuperar os ganhos do produtor rural.
Durante esse período, os produtores precisaram da ajuda do estado. Como essa ajuda tem acontecido?
O que nós continuamos fazendo é em relação as políticas públicas, através do trabalho da Emater, que completou 73 anos. Temos regiões de maior dificuldade no estado, que são norte e nordeste de Minas. Fechamos o balanço do Programa de Aquisição de Alimentos com recursos do Governo Federal, onde só nesse programa foram aplicados mais de R$ 10 milhões diretamente na agricultura familiar. Isso é algo que ajuda muito o pequeno produtor a enfrentar os problemas causados pela pandemia.
Para 2022, a senhora acredita que será um ano mais fácil, ou a nova cepa da Covid ainda assusta?
Por enquanto há um pouco de suspense em relação a como a nova cepa vai se comportar. Mas a agricultura não pode parar. O agricultor não para, é um otimista que planta. Em 2021, deferente de 2020 as chuvas no início da safra estão mais abundantes e as lavouras estão em condições melhores do que no começo do verão. Estamos animados de que teremos uma boa safra, mas ainda tem muitas fases como o veranico que acontece no mês de janeiro, mas estamos otimistas de que teremos uma boa safra e no ano que vem acreditamos que não teremos a safra recorde de café de 2020, que chegou a 34,5 milhões de sacas de café. Nós esperamos uma queda provocada pela geada e pela seca.
O tempo é o maior problema?
Para o produtor rural, o tempo é sempre o maior problema.