O PSDB tem um projeto bem objetivo para as próximas eleições. No ano que vem, o partido pretende continuar elegendo o maior número de prefeitos e retomar o protagonismo político nas eleições de 2026, elegendo o governador de Minas. O presidente do diretório estadual do PSDB, deputado federal Paulo Abi-Ackel(foto) está otimista e acredita na força da legenda que, segundo ele, fez um dos melhores governos em Minas nos últimos 30 anos.
As movimentações políticas com foco nas eleições do ano que vem já estão acontecendo. O PSDB esteve com o prefeito Fuad Noman. O que o partido pretende?
O PSDB aceitou um convite do prefeito. Nós não procuramos o prefeito, aceitamos um convite muito amável do prefeito, que, aliás, diga-se de passagem, foi secretário de Estado nos governos do PSDB. Foi secretário da Fazenda e de Obras Públicos nos governos de Aécio e Anastasia. Nós aceitamos o convite dele para uma conversa, mais de velhos conhecidos e de diagnóstico dos problemas de Belo Horizonte, do que para fazer uma articulação objetiva, até porque a gente sabe que tudo isso acontece ao seu tempo, de forma natural.
O PSDB estaria aberto a uma composição ou vai trabalhar para candidatura própria?
O PSDB estuda ainda o que pretende fazer. O PSDB tem muitos quadros e tem um nome que aparece espontaneamente, muito bem na pesquisa, que é o nome do João Leite, mas nem mesmo ele se definiu ainda sobre o desejo de ser candidato. Estamos observando o cenário e eu, particularmente, acho que esse cenário já vai mudar muito porque, por enquanto, os nomes já colocados não serão exatamente os que vão concorrer no ano que vem. Na minha opinião ainda é prematuro para essa definição de nomes. Vão surgir novos nomes. Tem muito por acontecer ainda, na minha opinião.
Qual é o objetivo do PSDB?
O PSDB tem como objetivo voltar a governar o estado em 2026 e ser cada vez mais, e já é, a luz no centro político para voltar a governar o Brasil, como fez no período em que talvez tenha sido, na história recente do Brasil, o mais frutífero de todos. Se considerar o período da esquerda, o período da direita e o período do centro com o Fernando Henrique Cardoso, o do PSDB foi, sem dúvida, o mais virtuoso.
Para tanto, o PSDB vai precisar eleger prefeitos, não é?
Mas isso é natural que aconteça dentro da realidade política existente hoje com 35 partidos. É, portanto, com uma política bastante dividida, mas mesmo assim, o PSDB deve manter o seu status atual de ser o partido com o maior número de prefeitos. Porque nós temos uma base eleitoral muito ampla, muito tradicional, muito bem plantada em todas as regiões do estado de Minas Gerais. Enfim, se não for o que tiver mais prefeitos, pode ser até o segundo, já que o MDB também tem um número próximo do PSDB e o PSD também. Mas, sem dúvida, o PSDB é partido com o maior número de prefeitos ou o segundo maior.
O partido está pronto para lançar Aécio Neves novamente ao governo de Minas?
Eu acho que isso passa, em primeiro lugar, pela vontade dele. Não é pela própria vontade, pelo desejo dele de ser candidato, não é. Como eu digo, as coisas acontecem ao seu tempo, né? E as decisões tomadas com precipitações normalmente são decisões erradas. No momento certo, ele vai amadurecer essa ideia, e quem sabe, ele possa fazer um trabalho que possa recolocar Minas de novo no cenário nacional, para ser respeitada no cenário nacional, coisa que não é hoje e, principalmente, possa resolver o problema da dívida, sem colocar em risco os salários de servidores no futuro, sem abrir mão dos ativos, sem abrir mão das suas empresas, que são patrimônio dos mineiros e, principalmente, que faça a voz de Minas novamente ser respeitada em Brasília, coisa que é deixou de ser de 5 anos para cá.
O discurso o PSDB já tem, não é?
Ele tem, não é discurso. O PSDB tem o que mostrar. Então temos simplesmente a opinião geral dos mineiros de que o PSDB foi o melhor governo da história de Minas Gerais. Todas as obras dos últimos 30 anos em Belo Horizonte, foram construídas no período dos governadores Aécio e Anastasia. Todas as obras feitas no interior do estado são do período deles. Eles entregaram o estado em boas condições econômicas, embora tenham recebido o estado em situação económica muito complexa, muito complicada, muito semelhante com as dificuldades econômicas recebidas por Zema. Só que Aécio, ele era um homem de estatura política e era respeitado pelo presidente da República, que naquela época, curiosamente era o Lula. Quando Aécio apontava em Brasília, a agenda logo se amoldava aos horários do governador, diferente de hoje.
O PSDB passou por desgaste, que fez com que ele encolhesse. Essa é a hora de recuperação do partido?
Não só o PSDB passou, como grande parte dos partidos que não estavam nos polos extremos passaram. Quem não era nem bolsonarista, nem lulopetista, sofreu um enorme desgaste, especialmente o PSDB, que tinha tido o candidato a presidente da República, que foi o Aécio, que perdeu por um e meio por cento dos votos, mas também o presidente Michel Temer, do MDB, que também sofreu um enorme desgaste, e até o próprio Lula, que chegou a ser preso. Esse desgaste afetou toda a classe política de um modo geral e fez surgir esses movimentos contra a política ou de radicalismos que geraram esse tempo maluco e de péssimo gosto, de má qualidade intelectual, que acabou exercendo o protagonismo político nos últimos quatro, cinco anos.