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A bem da verdade

Paulo César de Oliveira
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Todo esse aparato verificado na beatificação e santificação da Irmã Dulce beneficia, apenas, empresas de turismo, de aviação, de hotelaria e o marketing da Igreja Católica, que luta para competir com outras igrejas mais agressivas na atuação. Isso me fez lembrar o ocorrido quando Irmã Dulce submeteu à apreciação de um médico de sua equipe o projeto de nova enfermaria para seu hospital. Depois de examinar a planta, disse-lhe o médico: “Gostei, mas noto faltar um departamento importante”. “E qual seria?” “A capela”. “Capela? E para quê capela, meu filho?”, ponderou a freira. “Ora, irmã, isto aqui é uma instituição católica e, como tal, precisa de uma capela para atender a todos os fiéis, incluídos os pacientes, nas suas orações”. Irmã Dulce respondeu de pronto: “E você não acha que se pode orar limpando doentes, pensando ferimentos, recolhendo e jogando urina no sanitário, lavando o chão, operando a lavanderia e a cozinha? E que agradará mais a Deus empregarmos o dinheiro destinado à capela na expansão da enfermaria para recebermos mais irmãos necessitados?” “Acho. E acho também que a senhora pode orar assim, porém a maior parte das pessoas necessita da capela”. Depois de convencida, ela desabafou: “É lamentável que as pessoas precisem de uma capela para se dirigir a Deus!”

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