Pouco mais de oito dias ou exatamente, 212 horas, foi o tempo de vida da primeira planta a germinar na Lua, um broto de algodão. A germinação foi considerada um marco na exploração espacial. O feito havia sido obtido pela missão chinesa Chang’e-4, uma sonda não tripulada, a primeira a pousar e explorar o lado oculto da Lua, aquele que não pode ser visto do nosso planeta. Como a rotação da Lua é sincronizada com seu movimento de translação ao redor da Terra, esse lado está sempre posicionado de costas para nosso planeta. A planta havia germinado a partir de sementes levadas pela sonda e estava vivendo em um recipiente especial. O Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista, tuitou uma imagem da semente germinada, dizendo que era “a conclusão do primeiro experimento biológico da humanidade na Lua”. Já haviam sido cultivadas plantas na Estação Espacial Internacional (que orbita a Terra), mas nunca na Lua. Mas o broto de algodão não sobreviveu à noite lunar, que dura até duas semanas (no tempo da Terra) e cujas temperaturas podem cair a -170 graus Celsius. Durante esse período noturno, toda a sonda chinesa entra em modo de hibernação, para poupar energia. Não foi um erro ou um fracasso, pelo contrário, já estava previsto que isso poderia ocorrer. O professor Xie Gengxin, da Universidade Chongqing, que liderou o planejamento do experimento, afirmou a um jornal chinês que sua equipe já havia antecipado que a planta teria uma vida curta.